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POLUIÇÃO

Pássaros constroem ninhos com plástico encontrado em lixo nos oceanos, indica estudo

Pesquisa identificou a presença de linhas e cordas de pesca nos abrigos construídos pelas aves na costa dos Estados do Amapá, Maranhão e Pará. Espécies confundem o material com cipós e pequenos gravetos, habitualmente utilizados

3 de agosto de 2024
Redação GZH
2 min. de leitura
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Foto: Renata Padovan / Olamar / Divulgação

presença de plástico oriundo do lixo nos oceanos em ninhos de pássaros que habitam a costa do Amapá, Maranhã e Pará preocupa pesquisadores do Observatório do Lixo Antropogênico Marinho (Olamar). Em um estudo inédito, cordas e linhas de pesca foram identificadas em meio à estrutura dos abrigos de aves das espécies Cacicus cela e Pitangus sulphuratus, popularmente conhecidas como japiim bem-te-vi, respectivamente.

A poluição plástica, que atinge cada vez mais os oceanos, representa grande risco à biodiversidade de regiões costeiras. Oriundo do descarte irregular de lixo, especialmente de sacolas plásticas e instrumentos de pesca e caça, o material causa a morte precoce de milhares de animais marinhos, que confundem os itens com alimentos, o que compromete a cadeia alimentar e pode contaminar humanos a partir do consumo da carne animal.

Com objetivo de mapear e compreender os impactos da poluição plástica dos oceanos na fauna de regiões costeiras, o estudo do Olamar observou pontos espalhados pela costa amazônica brasileira. A pesquisa, que será publicada na Marine Pollution Bulletinconstatou a presença de plástico em 14 ninhos de aves que habitam as regiões, sendo 12 no Amapá, um no Pará e outro no Maranhão.

“Esses ninhos foram observados à beira de manguezais, construídos com resíduos sólidos provenientes da atividade pesqueira, apontando como a poluição ambiental pode ser incorporada à fauna nesta questão”, destacou o Olamar em nota enviada a Zero Hora.

Habitualmente, as espécies alimentam-se na região e utilizam pequenos galhos e pedaços de cipó para construir seus ninhos, retirados da base dos manguezais. A presença de cordas e linhas de plástico na estrutura dos ninhos indica o avanço da poluição marítima e representa risco para o desenvolvimento das espécies, especialmente com a morte de animais, o que pode acarretar no desequilíbrio da cadeia alimentar de diversas espécies e, consequentemente, na extinção das mais impactadas.

Ainda não se há conhecimento sobre os efeitos que o plástico pode causar nas aves. Tampouco sabe-se o tamanho dos riscos que a poluição plástica pode causar aos humanos a partir do contato ou consumo de espécies contaminadas, como no caso de peixes, por exemplo.

Os ecossistemas costeiros amazônicos enfrentam uma ameaça significativa devido à contaminação por plástico, representando um grande risco para a sua biodiversidade”, salientaram os pesquisadores, que defendem o incentivo para estudos que busquem compreender os impactos dos resíduos na fauna e flora de regiões da costa amazônica e os efeitos que podem afetar a vida humana.

Fonte: GZH

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