A polícia tailandesa prendeu um cidadão dos Emirados Árabes que tentou embarcar em um voo de primeira classe entre Bangcoc e Dubai com vários animais, inclusive ameaçados, em sua bagagem.
Ele levava filhotes de diferentes espécies: dois leopardos, duas panteras, um urso e dois macacos.
Os animais estavam todos vivos e tinham de quatro a cinco semanas de idade.
”Apreensões de animais ocorrem com alguma regularidade. Mas é a primeira vez que vemos algo desse porte”, disse à BBC Brasil Roy Shlieben, assessor de comunicação da organização não-governamental tailandesa Freeland, que combate o tráfico de animais e a escravidão de seres humanos.
Os animais estavam espalhados em diferentes contêineres na bagagem de Noor Mahmoodr, de 36 anos.
Rede de tráfico
O coronel Kiattipong Khawasamag, da divisão de Crimes contra a Natureza da polícia tailandesa, comandou a operação e disse que as investigações prosseguem, pois acredita-se que o incidente possa estar ligado a uma rede de tráfico de animais.
Os animais foram levados para uma clínica veterinária, onde receberam tratamento. Segundo Roy Shlieben, os animais provavelmente estavam sendo mantidos em cativeiro.
Como já travaram contato com seres humanos, afirma Shileben, eles não poderão ser reintroduzidos em seus habitats naturais, já que dificilmente se adaptariam.
Por conta disso, os filhotes devem ser encaminhados para centros mantidos pelo Departamento Nacional de Parques e Vida Selvagem da Tailândia e entregues a organizações não-governamentais que zelam pela proteção de espécies ameaçadas.
De acordo com o assessor da Freeland, o tráfico de animais selvagens ”movimenta um mercado negro altamente lucrativo, que fatura entre US$ 10 a US$ 30 bilhões (cerca de R$ 16 bilhões a R$ 48 bilhões) por ano e que sustenta várias organizações criminosas.
”Os animais silvestres costumam ir parar ou em zoológicos particulares de pessoas que querem ostentar sua riqueza ou acabam sendo mortos para que suas peles sejam usadas em roupas ou como troféus ou ainda que seus órgãos sejam utilizados em medicamentos tradicionais”, afirma Roy Shlieben.
Fonte: UOL/BBC Brasil