Animais domésticos são membros da família e o processo de perda deles é tão doloroso quanto o de qualquer ente querido. Quem tem um animal, sabe o quanto a troca de carinho e a convivência diária são especiais, tornando o falecimento de um cão ou gato um momento realmente difícil. Esse processo foi acompanhado muito de perto pelas irmãs Débora e Maysa Seibert de Leão. Juntamente com toda a família, elas conviveram com Meg, uma poodle, durante onze anos.
“Nós somos entre três irmãos e nossa mãe tinha prometido que quando morássemos em um lugar com espaço, teríamos um cachorro. Todos iam para a escola na época, e a responsabilidade era nossa”, lembram as jovens.
Imediatamente, Meg integrou-se ao convívio da família e participava de todas as programações, como passeios e viagens. Por isso, foi com preocupação que, quando a cachorrinha estava próximo a alcançar uma década de vida, a família identificou um problema na coluna. Entre outras complicações, esse problema não permitia que ela levantasse com a coluna ereta depois de muito tempo deitada.
“Geralmente de manhã, quando a gente ia dar ‘bom dia’, ela fazia um esforço enorme pra brincar com a gente, mas sempre tentava ao máximo interagir, mesmo com essa condição”, conta Débora.
Meg se recuperou desse problema, mas logo em seguida, outros começaram a afetar sua saúde. Ela foi acometida pelo câncer e passou por uma cirurgia para a retirada do tumor. Depois, ainda sofreu com um problema na pata direita, e por fim, uma metástase atingiu o seu organismo. Durante esse tempo, a cachorrinha fazia visitas praticamente mensais ao veterinário, e recebia a assistência, em casa, de seus tutores.
A partir desse momento, a família percebeu que estava chegando a hora da partida de Meg. Juntamente com o médico veterinário, chegaram a considerar a morte induzida, pois a cachorrinha estava visivelmente fraca e cansada. Em uma consulta decisiva, no entanto, o profissional afirmou que Meg ainda estava reagindo.
“Nesse momento, eu lembro que a gente chorou de alívio e ela logo respondeu para gente com lambidinhas, como quem diz ‘não chorem, eu estou bem'”, lembram as irmãs.
A vida de Meg chegou ao fim em um domingo, com a presença de toda a família ao seu lado. As irmãs contam que ela já estava muito fraca, não se alimentava e não respondia a estímulos.
“Ela ficou o dia todo do nosso lado, eu abraçava ela e de alguma forma sentia que a hora dela estava chegando. E eu sabia que ela estava sentindo também, que queria ficar com nós, mas não não tinha mais o que fazer”, conta Maysa.
À noite, a situação piorou, e a família buscou o médico veterinário, que os aconselhou a levar Meg ao consultório no dia seguinte. ‘Mas sabíamos que ela não ia chegar até lá’. Segundo Maysa, esse foi o dia mais triste pelo qual já passou, pois desejava que o animalzinho parasse de sentir dor. Débora resume ao falar sobre o sentimento de impotência. ‘Queria que aquilo parasse, mas ao mesmo tempo, que ela continuasse ali conosco’.
Por um tempo após a partida de Meg, a família ficou muito abalada.
Até a hora da gente se desfazer das coisas dela foi muito doloroso. Tudo tinha o cheirinho dela, lembrava alguma coisa’, contam. Com o tempo, acostumaram-se com a dor, e o sentimento que restou foi a saudade, misturado com as lembranças dos momentos bons.
Toda a convivência com Meg, inclusive, influenciou na escolha profissional de Maysa. Atualmente, ela cursa Medicina Veterinária.
Desde pequena sempre gostei muito de animais, mas a convivência com a Meg me fez ter plena certeza que é isso que eu quero para vida. Minha realização será ajudar esses animais que só nos dão amor’, resume. E se depender do carinho que a família teve com Meg, ninguém tem dúvidas disso.
Fonte: Tudo e Todas