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AQUECIMENTO GLOBAL

Partes da Antártica estão ficando verdes a uma taxa alarmante, revela pesquisa

A vegetação está se espalhando em lugares onde as temperaturas estão subindo

7 de outubro de 2024
Redação Um Só Planeta
3 min. de leitura
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Musgo cobrem a Ilha Ardley na ponta da Península Antártica. — Foto: Dan Charman

Partes da Antártida gelada estão ficando verdes com vida vegetal a uma taxa alarmante devido aos eventos de calor extremo, segundo nova pesquisa publicada na Nature Geoscience.

Cientistas das universidades inglesas de Exeter e Hertfordshire e o British Antarctic Survey usaram imagens de satélite e dados para analisar os níveis de vegetação na Península Antártica, uma longa cadeia de montanhas que aponta para o norte até a ponta da América do Sul e que está esquentando muito mais rápido do que a média global.

Eles identificaram que a vida vegetal, principalmente musgos, aumentou mais de 10 vezes nas últimas quatro décadas. A área da península coberta por plantas cresceu de menos de um quilômetro quadrado em 1986 para quase 12 km² em 2021. A taxa de expansão foi 33% maior entre 2016 e 2021 em comparação com o período de estudo de quatro décadas ao todo.

“Nossas descobertas confirmam que a influência da mudança climática antropogênica não tem limite em seu alcance”, disse Thomas Roland, autor do estudo e cientista ambiental da Universidade de Exeter, à CNN. “Mesmo na Península Antártica, essa região ‘selvagem’ mais extrema, remota e isolada, a paisagem está mudando, e esses efeitos são visíveis do espaço.”

Neste verão, partes do continente tiveram uma onda de calor recorde com temperaturas de até 10 ºC acima do normal a partir de meados de julho. Em março de 2022, as temperaturas em algumas partes do continente atingiram até 21 ºC acima do normal, o registro mais extremo na região.

Segundo os cientistas, o esverdeamento deve acelerar à medida que a poluição por combustíveis fósseis continuar a aquecer o mundo. Quanto mais a península ficar verde, mais solo se formará e mais provável será que a região se torne favorável para espécies invasoras, que podem ameaçar a vida selvagem nativa.

“Sementes, esporos e fragmentos de plantas podem facilmente encontrar seu caminho para a Península Antártica nas botas ou equipamentos de turistas e pesquisadores, ou por meio de rotas mais ‘tradicionais’ associadas a pássaros migratórios e ao vento, e, portanto, o risco aqui é claro”, afirma Roland.

O esverdeamento também pode reduzir a capacidade da península de refletir a radiação solar de volta ao espaço, porque superfícies escuras absorvem mais calor. Esses impactos provavelmente seriam apenas locais, mas poderiam ajudar a acelerar o crescimento da vida vegetal à medida que o clima continua a esquentar.

Fonte: Um Só Planeta 

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