O Parlamento Romeno aprovou uma lei que proíbe a criação de chinchilas e visons para a produção de peles a partir de 2027. O documento agora segue para a Presidência para promulgação. De acordo com a Humane Society International/Europe, a Romênia se torna agora o 22º país na Europa e o 16º Estado-Membro da União Europeia a proibir a criação de animais para o uso de suas peles.
O projeto de lei foi inicialmente proposto após uma investigação secreta chocante conduzida pela ONG Humane Society International/Europe, que revelou condições deploráveis nas fazendas de peles da Romênia. O país ainda possui cerca de uma dúzia dessas fazendas, incluindo duas grandes fazendas de visons que produzem 100 mil peles anualmente.
“A decisão de hoje de proibir a criação de animais para a produção de peles é não apenas um momento histórico para a proteção dos animais na Romênia, mas também um passo decisivo no esforço europeu mais amplo para acabar com uma das formas mais cruéis de exploração de animais”, disse Ruud Tombrock, diretor executivo da ONG.
A proibição na Romênia também aborda os riscos ambientais e à saúde humana ligados à criação de animais para a produção de peles, incluindo a disseminação de doenças, posicionando a Romênia dentro do movimento europeu mais amplo que enfatiza os direitos animais e práticas sustentáveis, de acordo com a ONG.
ONGs em defesa dos direitos animais têm feito campanhas intensas nos últimos anos pelo fechamento das fazendas de peles, onde chinchilas e visons são mantidos em péssimas condições, como explicou Andreea Roseti, diretora da Humane Society International Romênia, em uma entrevista à RFI.
Nas fazendas, os animais são mantidos em gaiolas por toda a vida. “Os visons precisam de água, mas nunca têm a chance de nadar, pescar, caçar ou fazer qualquer coisa que um animal normal faria em seu ambiente natural, seja ele um vison ou uma chinchila, como ocorre na Romênia”, disse Andreea Roseti.
A representante da Humane Society International Romênia descreve ainda as “gaiolas de arame sujas, animais sentados em suas próprias fezes, muitas vezes no escuro, tão aterrorizados que quando a luz é acesa e a porta é aberta, eles já gritam – seu grito é seu sinal de que o perigo está chegando, porque é nesse momento que as pessoas chegam, e é quando algo ruim acontece.”
Em resposta a um pedido de proibição da criação de animais para a produção de peles, a Comissão Europeia se comprometeu a avaliar cuidadosamente a necessidade e a viabilidade de uma proibição da criação de animais para a produção e comercialização de peles na UE. Com base em orientações científicas da EFSA até março de 2025 e uma avaliação posterior, a Comissão se pronunciará até março de 2026 sobre a conveniência de propor uma proibição, após um período de transição.
Estima-se que existam cerca de mil fazendas de peles ativas na UE para visons, raposas e cães-guaxinim, com aproximadamente 7,7 milhões de animais.