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PROIBIÇÃO

Paraty (RJ) pode estar perto de abolir charretes no Centro Histórico após nova audiência judicial

Ação judicial de 2021 ganha força com cobrança por cronograma de extinção da atividade cruel aos cavalos; juíza e promotor pressionam prefeitura por solução a médio prazo

26 de março de 2025
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Reprodução/Internet

Quatro anos após uma Ação Civil Pública proposta pela ANDA dar o primeiro passo para banir as charretes do Centro Histórico de Paraty (RJ), uma audiência realizada recentemente levantou novamente a discussão sobre o fim da exploração de cavalos no turismo da cidade patrimônio da UNESCO.

A juíza Admara Falante Schneider e o promotor Marcelo Russo exigiram que a Prefeitura apresente um cronograma de extinção gradual das carroças, reforçando a decisão de 2021 que já apontava maus-tratos aos animais.

Naquele ano, a advogada Jaqueline Tupinambá, da Agência de Notícias de Direitos Animais (ANDA), moveu a ação pedindo a proibição das charretes, alegando crueldade contra os cavalos – muitos deles submetidos a longas jornadas sob sol e chuva, sem cuidados veterinários adequados.

Foto: Jaqueline Tupinambá

A juíza Letícia de Souza Branquinho determinou, na época, inspeções sanitárias e que a prefeitura comprovasse a regularidade das autorizações dos condutores.

Agora, a ANDA, representada por Tupinambá e pela diretora jurídica da instituição, Letícia Filpi, voltou a pressionar pelo fim definitivo da atividade. “O que falta em Paraty há décadas é vontade política”, disse Jaqueline Tupinambá, presidente da Comissão de Defesa dos Animais da OAB Taubaté, que já atuou em ações semelhantes em outras cidades. “É perfeitamente viável dar descanso a esses animais e incluir os trabalhadores em programas sociais. A exploração precisa acabar”, afirmou.

A resistência em banir as charretes esbarra no argumento no frágil argumento de tradição turística, mas aa advogadas destacam o contraste entre a beleza do sítio histórico e a realidade dos cavalos. “Paraty envergonha sua história e turismo com esse desfile de horrores na cidade com animais sendo subjugados e explorados impiedosamente ”, explica Jaqueline.
A pressão judicial agora obriga a prefeitura a planejar a transição, incluindo alternativas de renda para os carroceiros.

Ainda não há prazo definido para a extinção das charretes, mas a audiência marcou um avanço: “Juíza e promotor foram categóricos. A médio prazo, essa exploração tem que acabar”, resumiu Letícia.

O próximo passo será a apresentação do plano pela prefeitura – sob risco de multas e novas sanções caso descumpra as exigências judiciais.

A luta pelo fim das charretes em Paraty é um passo essencial para construir um turismo ético e consciente, com respeito a história da cidade e também a vida dos animais. A tradição não pode justificar a crueldade, e a transição para alternativas éticas e sustentáveis mostra que é possível conciliar progresso e direitos aos animais.

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