Por Lilian Regato Garrafa (da Redação)
Cerca de 200 pessoas participaram neste domingo (5) de duas manifestações que ocorreram separadamente na Avenida Paulista, em São Paulo.
Organizada pelo grupo ConsciênciaVeg, a Parada Veg iniciou-se pela manhã, reunindo ONGs que deram seu apoio e contribuição para que o evento acontecesse e ativistas independentes, que compareceram para manifestar sua opção pela ética e pelo respeito à vida.
Embalado por uma música composta especialmente para a Parada, o clima era de descontração e celebração à vida e ao respeito pela escolha de um mundo melhor, de dignidade, liberdade e paz.
Entre outras reivindicações, a Parada Veg teve o intuito de pleitear:
– Identificação de produtos com ingredientes de origem animal
– Merendas e refeições vegetarianas em escolas, hospitais e demais serviços públicos.
– Preparo e responsabilidade dos profissionais da área de saúde.
A opção pelo vegetarianismo como uma forma de contribuir para a melhora do ambiente e o fim de todo tipo de violência contra os animais foi amplamente divulgada durante o evento, por meio de panfletagem, exibição de banners, faixas e palavras de ordem.
A Parada Veg enfatizou o direito de exercer a opção de consciência e a inclusão do vegetariano nos mais diversos setores, onde ainda não há escolhas acessíveis e éticas a quem tem sua vida pautada pela não exploração de animais. As crianças vegetarianas também foram lembradas porque sofrem preconceito, como demonstrou a publicação de uma matéria pela revista Veja, condenando mães que apoiam seus filhos na alimentação sem crueldade – um claro exemplo da parcialidade do veículo respaldado por interesses em depreciar o vegetarianismo.
Christian Saboya, organizador da Parada, trabalhou com o envolvimento de muitas pessoas de distintos grupos e construiu um evento que fortaleceu não só os vegetarianos, mas também a defesa dos animais.
Durante a caminhada, os ativistas tomaram pistas da avenida Paulista e várias pessoas que passavam pelo local tiveram a iniciativa de agregar-se ao evento.
DIDA
O Dia Internacional dos Direitos Animais oficialmente é 10 de dezembro, porém o grupo Holocausto Animal antecipou a observação à data para este domingo, na sequência da Parada Veg. Segundo o coordenador do ato, Fabio Paiva, este dia não é comemorado, mas observado, já que não há o que comemorar visto que os animais não têm os seus direitos respeitados. Portanto, ao contrário da Parada Veg, o movimento que se iniciou foi um protesto, cujo tema deste ano foi: “Se você parar de comer, eles param de matar”.
No lado oposto da Avenida Paulista, os ativistas empunhavam banners que mostravam animais explorados e mortos para consumo. Os manifestantes caminharam ao longo dos quarteirões emitindo frases persuasivas pelo fim do massacre de animais.
O tema foi apropriadamente escolhido, uma vez que o protesto antecede o Natal, época em que o número de mortes de animais nos abatedouros, que já são normalmente sucessivas e incessantes, aumenta drasticamente para compor a ceia à mesa da população. Na opinião de Fabio, o Natal é uma das datas mais hipócritas que existem – pois as pessoas celebram um “noite de paz e de amor” com seres mortos no centro da mesa.
Para ele a humanidade está doente principalmente pela maneira como se alimenta, e a cura pra essa doença só virá quando os humanos respeitarem com igualdade os seres de outras espécies. Ele é consciente de que o trabalho que realiza não surtirá efeitos imediatos, mas são sementes plantadas para, daqui a muitos anos, frutificarem quando uma nova era se abrirá a um ser humano com uma consciência superior à atualmente medíocre. Para o ativista, o fato de vivermos essencialmente numa sociedade de consumo, em que o ser humano olha só pro seu umbigo, o impede de enxergar um animal com outros olhos, já que não respeita nem mesmo seu semelhante.
O Dia Internacional dos Direitos Animais foi criado pela ONG inglesa Uncaged, que escolheu o dia 10 de dezembro por ter sido a data em que a ONU ratificou a Declaração dos Direitos Humanos.