A ONG Vira Lata Vira Vida rebateu nesta terça-feira (6) as declarações feitas por Claudio Cesar Messias, que concedeu entrevista exclusiva ao G1 Piracicaba e Região nesta segunda. Para a organização, as palavras do mecânico, que é acusado de arrastar o próprio cachorro até a morte, no dia 2 de novembro de 2011, são uma estratégia da defesa.
“Nunca colocamos a foto dele em lugar nenhum, nunca fizemos passeatas contra ele. Nós nunca nos envolvemos nessas questões”, disse a presidente da Vira Lata Vira Vida, Miriam Miranda, em entrevista por telefone.
A entidade soltou uma nota para esclarecer a sua participação no caso e afirma que em nenhum momento atacou Messias. “Quando percebemos que a defesa queria fazer essa inversão e colocar a ONG como culpada, juntamos provas para mostrar que nunca nos envolvemos com ataques à pessoa dele. Aliás, sempre cortamos qualquer ofensa contra ele nas nossas redes sociais”, explica Miriam.
Na entrevista concedida ao G1, Messias narrou os ataques sofridos por ele e por sua família desde que o caso chegou ao conhecimento do público. Segundo o mecânico, alguns manifestantes fizeram campanha, inclusive, para ele não conseguir mais clientes em seu estabelecimento, em Piracicaba.
Confira abaixo a nota oficial da ONG Vira Lata Vira Vida na integra:
Nota Oficial – Esclarecimentos
Referente à entrevista do Sr. Cláudio Messias para o site G1, a Ong Vira Lata Vira Vida esclarece:
1. Nenhum voluntário ou membro da diretoria da Vira Lata esteve no local do acontecimento com o cão Lobo. É muito importante que isso fique claro, porque nos envergonharia o fato de um protetor aguardar por quase 1 hora a chegada do socorro diante do sofrimento intenso de um animal. Lobo sofreu, desnecessariamente, nessa espera. É dever de qualquer protetor prestar socorro imediato ao animal.
2. A Ong Vira Lata não foi responsável pela representação no Ministério Público contra o Sr. Cláudio Messias. Essa representação foi feita por outra entidade que atua na cidade e gravado por programa de televisão.
3. Referente ao Facebook, a Ong Vira Lata deletou todos os posts agressivos dirigidos ao Sr. Messias, além de banir da lista de seus amigos, os membros que insistiram nas agressões. Pessoas de todo o país postaram sua indignação. Não conseguimos retirá-los na mesma velocidade em que foram postados. Mas, foram todos apagados. Hoje, muitas pessoas que publicaram suas opiniões, silenciam e se omitem.
4. A Ong Vira Lata não levou o caso à imprensa. O primeiro contato com um jornal local, que deu a notícia em primeira mão, foi feito pelo presidente de outra entidade protetora que “exigiu” apuração e justiça, como sugeriu a manchete.
5. A Ong Vira Lata não realizou ou participou de qualquer manifestação, protesto ou carreata realizada na cidade por outras entidades e protetores independentes. Temos gravação de programa de televisão que cobriu esses eventos e fotos e recortes de jornais que mostram os participantes com as camisetas e faixas das respectivas entidades que representavam.
6. A Ong Vira Lata não esteve com o Delegado responsável pelo caso, nem com o promotor público. A instituição só se envolveu com o processo após o enterro digno dado ao cão Lobo. Declaramos, por diversas vezes, que atuaríamos no atendimento ao cão, porque outra entidade já tomava as providências cabíveis para o caso, além da apuração séria realizada pelo delegado responsável e investigadores.
7. A participação da Vira Lata no processo se deu pela intimação da justiça. Cumprimos nosso dever comparecendo à audiência e não deixamos de prestar os esclarecimentos solicitados.
8. A Ong Vira Lata, através de sua assessoria de imprensa, comunicou e continuará comunicando a jornalistas, mídias e interessados no caso, as datas e resultados das audiências.
9. Lamentamos que o Sr. Messias só tenha falado agora, e que não tenha se informado sobre a realidade dos fatos. A Vira Lata assume todas as suas ações com transparência e serenidade, mas não assumirá atos realizados por outra entidade. Gravações, recortes de jornais, fotos publicadas na internet mostram os fatos citados na entrevista. Essa campanha, que visa transformar o réu em vítima, é totalmente justificada. Faz parte da estratégia de defesa e é um direito legítimo desde que não se utilizem de mentiras para criação de fatos que não aconteceram.
10. Para que tenhamos uma sociedade justa é necessário que cada um de nós cumpra com seus deveres e exercite seus direitos. Mas, que a luz verdade ainda seja o norte para todas as nossas ações.
Diretoria da Vira Lata Vira Vida
Fonte: G1