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Papagaios resgatados do tráfico têm menor tempo de vida

17 de novembro de 2010
2 min. de leitura
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(Foto: Reprodução)

Além de serem retirados de seu habitat sem aviso prévio, os maus-tratos a que o papagaio-verdadeiro (e provavelmente outros bichos) são submetidos quando capturados pelo tráfico diminuem, e muito, as chances de sobrevivência da espécie.

Pelo menos é o que se vê em pesquisa com as aves que chegam ao Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, em Sorocaba (SP), realizada pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP. O estudo foi publicado na revista científica britânica Zoo Biology.

A unidade de Sorocaba abriga papagaios que a polícia ambiental normalmente apreende do tráfico de animais. Embora a maior parte deles chegue com vida ao recinto, 92,5% morrem nos cinco primeiros anos. Detalhe: o tempo médio de vida desses animais é de até 40 anos.

Segundo o pesquisador Ralph Vanstreels, autor do trabalho, os traficantes levam os animais em espaços apertados, como mochilas e porta-malas, e os trazem em grande quantidade sabendo que a maioria morrerá no caminho.

Tanto que um relatório da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), de 2002, já mostrava que nove em cada dez animais traficados morriam ainda no percurso. Os que sobrevivem chegam com doenças infecciosas, fraturas e deformidades.

(Foto: Reprodução)

A principal espécie estudada por Vanstreels foi o papagaio-verdadeiro, procedente principalmente das regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste do Brasil. Segundo o trabalho, 91,7% desses animais no zoológico vêm do tráfico. Os animais normalmente são comercializados em feiras ilegais no Estado de São Paulo.

O pesquisador lamenta o fato de que as pessoas normalmente obtêm o papagaio-verdadeiro por vias ilegais. “O papagaio parece até um animal típico daqui (São Paulo) de tanto que há. Mas quase todos que vemos por aqui são trazidos pelo tráfico”. Vanstreels lembra que o animal é uma espécie nativa e que precisa de permissão do Ibama para criação em cativeiro.

“Eles precisam de muitos cuidados e, quando estressados, começam a arrancar as próprias penas”. Por isso, o animal que vem pelo comércio ilegal passa por más condições, o que diminui sua sobrevida. O pesquisador acredita que falta conscientização das pessoas. “O tráfico de animais só terminará quando as pessoas pararem de comprar a ave ilegalmente.”

Fonte: EPTV

Nota da Redação: Todo animal mantido em cativeiro, legal ou ilegalmente, está privado de suas mínimas condições dignas de vida. Sua natureza, seus hábitos e instintos atrofiam-se, tolhidos pelo ambiente artificial, restrito e humanizado. Lugar de animal é na natureza.

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