Durante um estudo realizado pela Conservation International em parceria com o governo do Camboja, no sudoeste da Ásia, pesquisadores captaram imagens impressionantes por meio de armadilhas fotográficas.
Os registros realizados em montanhas do país flagraram diversos animais ameaçados de extinção, contribuindo significativamente para o estudo da vida selvagem local.
A organização não governamental Conservation International, distribuiu, ao longo de um ano, cerca de 147 armadilhas fotográficas pelas Montanhas Cardamomo Centrais.
No dia 30 de outubro, a organização compartilhou os resultados do primeiro estudo, no qual mais de 100 espécies de animais foram registradas pelas câmeras. Dentre deles, quase um quarto estão ameaçados de extinção.
Os pesquisadores da Conservation International comentaram que o estudo confirma o valor crítico de conservação da cordilheira Central Cardamom, onde a organização, em parceria com as comunidades indígenas Chourng e Por, trabalha há mais de duas décadas para proteger habitats de vida selvagem e apoiar meios de subsistência sustentáveis.
O pesquisador-chefe da pesquisa que registrou os animais ameaçados de extinção, Thaung Ret, comentou a importância do estudo e alertou que ainda existe muito para ser analisado na vida selvagem local.
“Captar imagens de 108 espécies nas armadilhas fotográficas é impressionante, no entanto, isso representa apenas uma fração dos animais presentes. Pense nos insetos, pássaros de copa e espécies aquáticas que estão fora da visão da câmera”, comentou o pesquisador-chefe.
Gibão-cristado
O gibão-cristado, também conhecido como gibão-de-bico-vermelho ou coroado, tem longos braços e uma vida completamente adaptada para viver somente em árvores de florestas. O registro feito com a espécie no chão foi ainda mais especial.
Segundo a Conservation International, as Montanhas Cardamomo abrigam maior população dessa espécie do Sudeste Asiático, mas, por se tratar de animais ameaçados de extinção, seus números caíram em mais da metade nos últimos 45 anos. Espera-se que continuem a diminuir, em grande parte devido à perda de habitat.
Pangolim-malaio
Uma mãe pangolim carregando seu filhote em suas costas foi um dos momentos mais fofos registrados no estudo. Quando jovens, eles possuem o hábito de ficar nas costas de suas mães durante os três primeiros de vida
Esses animais possuem o preocupante título de animais mais traficados do mundo, com caçadores buscando suas escamas e carne, que possuem alto valor no mercado negro.
Urso-malaio
Conhecido também como urso-do-sol pela sua característica mancha dourada no peito, essa espécie foi registrada desfrutando de um momento de lazer se esfregando em uma árvore.
Considerados o menor urso do mundo, os ursos-malaio são animais ameaçados de extinção devido à caça das vesículas biliares dos ursos para medicina tradicional e a destruição de seu habitat para agricultura.
Cão-selvagem-asiático
Parentes de cães e lobos, essa espécie é muito sociável, viajando e caçando em matilhas de até 30 indivíduos.
Com menos de 2.500 restantes na natureza, as Montanhas Cardamomo Centrais abrigam a maior população desses animais ameaçados de extinção, sendo a perda de habitat como maior ameaça à sua sobrevivência, além de doenças e caça humana.
Gaur
Um indivíduo da maior espécie de bovino selvagem do mundo também foi registrado pelas câmeras escondidas.
Eles já foram encontrados em todo o Sudeste Asiático, mas hoje seu alcance foi drasticamente reduzido, principalmente devido à expansão da agricultura.
Elefante asiático
Menos de 50.000 elefantes asiáticos permanecem na natureza, tendo perdido 95% de sua área histórica. Em todo o mundo, esses gigantes estão ameaçados pela caça ilegal, destruição de habitat e mudanças climáticas.
Nas Montanhas Cardamomo, acredita-se que menos de 100 elefantes asiáticos sobrevivam. Embora os pesquisadores tenham avistado apenas alguns durante a pesquisa.
“Todas essas espécies estão conectadas e desempenham um papel vital no ecossistema do Cardamomo. Ser capaz de documentar essa quantidade impressionante de vida é um verdadeiro privilégio. Mas nós apenas arranhamos a superfície, quanto mais aprendermos sobre a rica teia de vida nesta área, melhor seremos capazes de protegê-la”, explicou Thaung Ret.
Fonte: NDMais