Os pandas, que por muito tempo foram considerados mamíferos solitários, têm revelado que também se mantêm próximos de seus familiares por meio da comunicação via “rede social” bem própria: marcação de cheiro em árvores – uma versão do Facebook do mundo animal.

Artigo publicado na revista internacional Ursus revela um novo retrato do estilo de vida dos pandas da Reserva Natural de Wolong, na China. O estudo indica que os pandas estão mais perto uns dos outros do que se pensava anteriormente. Eles usam marcação de cheiro para acompanhar familiares e amigos, deixar atualizações sobre acontecimentos de suas vidas e conferir o cenário de namoro. O que faz deles grandes usuários de sua própria rede social.

Para marcar as árvores, os animais esfregam suas glândulas odoríferas no tronco onde outros animais também fizeram o mesmo, deixando sua mensagem por ali. As árvores “perfumadas” funcionam assim como uma mídia social.

O estudo, que é apoiado pela National Science Foundation, sugere que análises das redes sociais animais têm sido tradicionalmente conduzidas em espécies que exibem comportamentos sociais, como a vida em grupo. Apesar de menos trabalho ter sido feito em espécies que são consideradas solitárias, como os pandas, os resultados da pesquisa apontam que as associações entre indivíduos em espécies geralmente consideradas solitárias podem ser generalizadas e dependentes de comportamentos complexos.

Thomas Connor, principal autor do artigo, realizou este trabalho para a Universidade Estadual de Michigan, Estados Unidos, e usou como base observações anteriores de outros cientistas do MSU-CSIS que suspeitavam que os pandas provavelmente não eram tão solitários como todos imaginavam.

Foi observado que a espécie passava uma substância cerosa nos cumes das árvores e em diferentes trilhas, deixando marcas de cheiro para trocar informações com os outros indivíduos da mesma espécie.

Assim como o Facebook é assíncrono, o que significa que você não precisa estar no mesmo lugar ao mesmo tempo, esta rede funciona da mesma forma, transmitindo informações aos demais.

As árvores de marcação de cheiro repassam ao farejador quem é o animal, informando também o seu sexo e se ele está pronto para acasalar. A informação mais interessante que a equipe obteve é a de que em épocas de não acasalamento, os pandas parecem andar principalmente com outros membros da família. Já nas épocas de acasalamento, eles pareciam ramificar-se – provavelmente usando as árvores que marcam o cheiro como um mapa do território.

Fonte: Um Só Planeta