As espécies de Palanca Negra Gigante existentes na reserva de Luando (província de Malanje), em Angola, estimadas em menos de 100 manadas, correm sérios riscos de extinção devido à persistente caça perpetrada por nativos, disse nesta terça-feira (16), o coordenador do projeto de conservação desta espécie rara, Pedro Vaz.
Apresentando dados preliminares da 2ª fase da operação de capturas da Palanca Negra Gigante na reserva do Luando na cerimônia de lançamento oficial desta projeto, Vaz frisou que na reserva a situação é alarmante, visto que a caça está descontrolada.
“Uma a quatro fêmeas capturadas apresentam vestígios de que foram alvo de uma armadilha e todas as cacimbas (possas de água) encontradas no local encontram-se armadilhadas com uma altura de seis metros de comprimento”, disse.
Tendo em conta essas armadilhas, Vaz e sua equipe acreditam que as mesmas foram feitas propositadamente para a caça da Palanca Negra Gigante e não outra espécie animal.
“A caça que está a ser feita nesta reserva é praticamente dirigida e de propósito para a Palanca Negra Gigante”, afirmou o coordenador do projeto.
Caçadores , acrescentou, continuam infiltrados na reserva do Luando, tendo em conta os sinais encontrados pela equipe que trabalha na captura deste animal.
“O número de Palancas que sobrevivem são menos de 100 ou mesmos menos e estas correm um risco de extinção caso não forem tomadas medidas urgentes”, alertou o especialista.
Falando na presença da ministra do Ambiente, Maria de Fátima Jardim, e parceiros, referiu que a situação vem piorando e caso não forem tomadas novas estratégias, haverá a necessidade de se trabalhar mais para que a espécie não desapareça.
A situação tem piorado e caso não forem tomadas outras estratégias para contrapor esta realidade, dentro de quadro a cinco anos, se poderá perder difinitivamente a espécie.
Assim, Pedro Vaz pediu o maior apoio das Forças Armadas Angolanas, da Polícia Nacional e população, sobretudo as autoridades tradicionais, para que em conjunto protejam e preservem a Palanca Negra Gigante.
Da operação, que teve início no dia 27 do mês passado, resultou na captura de seis fêmeas e um macho, entre os quais uma palanca jovem, estes vindo da Reserva Natural do Luando.
Assim, o Ministério do Ambiente e parceiros têm nos seus registros um total de 19 animais, dos quais cinco machos e 14 fêmeas, todas já no santuário criado, no parque de Cangandala.
Em 2009, altura que iniciaram as sondagens no parque de Cangandala, a operação resultou na captura de sete fêmeas e um macho, tendo já se reproduzido três novas ninhadas.
O projeto de conservação da Palanca Negra Gigante está localizado no Parque Nacional da Cangandala (componente A) e na Reserva Natural Integral do Luando (componente B), situados na província de Malanje, a cerca de 450 quilômetros a Leste da capital do país, Luanda.
Entre outras pretensões, o projeto visa proteger e preservar o animal e o aprofundamento do conhecimento sobre as palancas.
Fonte: Angola Press