A ministra do Ambiente, Fátima Jardim, informou terça-feira em Malanje, Angola, que algumas espécies de animais, como a palanca castanha, serão transladadas do parque nacional de Cangandala para o da Kissama, no âmbito da próxima fase de captura da Palanca Negra Gigante., cuja data não foi anunciada.
De acordo com a governante, que falava no final da visita que efetuou ao parque de Cangandala, à margem do lançamento da segunda fase da operação da captura do antílope, esta operação destina-se a estudos e repovoamento animal da Kissama.
“No parque da Kissama, as palancas castanhas poderão ser vistas mais facilmente por turistas e outros interessados”, frisou a ministra, acrescentado que tal intenção vai permitir que o animal se ambiente numa área diferente.
Por outro lado, Fátima Jardim explicou que na primeira fase da captura tinham sido cercados 400 hectares e na segunda estão vedados mais três mil hectares que foram transformados em áreas onde as palancas estarão localizadas para a sua posterior captura.
A governante disse haver a necessidade de se alargar o leque de especialistas da equipa angolana, para que juntamente com especialistas internacionais possam trabalhar para a proteção da espécie que corre perigo devido à caça.
“Temos o orgulho de referir que com o empenho de todos, podemos transformar o projeto Palanca, num projeto de prosperidade, turismo e de proteção da biodiversidade, com o apoio dos parceiros”, sublinhou Fátima Jardim.
Relativamente a caça, disse não se verificar dentro da área cercada do parque, mas no encontro que manteve com as autoridades tradicionais pediu-lhes que evitassem as queimadas, cujas consequências influenciaram para que ao longo de muitos anos se considerasse a palanca como uma espécie em extinção.
“Pedimos a todos habitantes desta província, que sejam os primeiros responsáveis na protecção e preservação deste antílope raro a nível do mundo”, referiu.
No santuário criado no parque da Cangandala se encontram 19 palancas negras, sendo cinco machos e 14 fêmeas.
Em 2009, quando começaram as sondagens no parque de Cangandala, a operação resultou na captura de sete fêmeas e um macho, tendo já se reproduzidas três novas crias.
O projeto de conservação da palanca negra está localizado no Parque Nacional da Cangandala (componente A) e na Reserva Natural Integral do Luando (componente B), situados na província de Malanje.
600 mil dólares para preservação
A segunda fase das actividades que visam preservar a Palanca Negra Gigante vai contar com uma doação financeira de 600 mil dólares norte-americanos da Esso Angola, Sonangol e do Grupo de Empreiteiros do Bloco 15. O anúncio foi feito pelas referidas companhias petrolíferas.
“Em parceria com o Ministério do Ambiente e a Fundação Kissama, as companhias associadas do Bloco 15 doaram um valor de 600 mil dólares para assegurar a continuidade das actividades locais de preservação da Palanca Negra Gigante,” lê-se na nota da Esso, enviada em nome da Sonangol e do Grupo de Empreiteiros do Bloco 15.
De acordo com o documento, as actividades apoiadas pelo respectivo financiamento incluirão uma segunda campanha de captura, a construção de uma terceira vedação de proteção à volta do abrigo de Cangandala, e o acompanhamento dos animais que se encontram nas reservas de Cangandala e Luando, através de colares de rádio.
O montante está ainda reservado para a continuidade do estudo de 10 Palancas Negras Gigantes, iniciado na primeira fase, cuja manada de nove fêmeas puras e um macho já resultou no nascimento de duas crias durante a primeira fase.
“Sentimo-nos muito honrados por financiar e apoiar este projeto do Ministério do Ambiente, em parceria com a Fundação Kissama, pois isto constitui parte do envolvimento de longa tradição em projectos ambientais em Angola”, disse o director geral da Esso Angola, Stéphane de Mahieu, acrescentando que “a pesquisa e preservação da Palanca Negra Gigante e o ambiente, no geral, constituem também prioridades da empresa”.
A segunda operação de captura da Palanca Negra Gigante aconteceu terça-feira na sede municipal de Cangandala, província de Malanje, uma operação coordenada pelo Ministério do Ambiente, ao mesmo tempo que foram apresentados os resultados preliminares da referida operação.
A operação decorre ao abrigo do Projecto de Conservação da Palanca Negra Gigante 2010-2012, cujos preparativos da operação tiveram início a 27 de Julho de 2011.
Fonte: O País