Isto significa que as políticas e os compromissos climáticos delas refletem uma ação mínima ou nenhuma, o que levaria a temperatura do planeta um aquecimento de 4ºC (7,2ºF) ao longo deste século.
A análise destaca que alguns dos países, como a Turquia e México, entraram nesta categoria mesmo tendo emissões históricas baixas, o que torna os seus requisitos não tão rigorosos quanto os de grandes economias. O problema é que as suas previsões de emissões futuras ainda são elevadas.
E uma nação em especial gera mais preocupação: a Argentina. A previsão é de que a vizinha do Brasil emita 398 milhões de toneladas métricas até 2030, em comparação com um limite de partilha justa compatível com 1,5ºC, de 191 milhões de toneladas métricas.
Mas esse número poderá ser ainda maior a partir da posse do novo presidente, o ultraliberal Javier Milei. Negacionista climático, ele já afirmou que as mudanças climáticas não são culpa do ser humano, e, na verdade, se deve às flutuações naturais do clima. Também disse que desrespeitará o Acordo de Paris.
Altamente insuficientes
O Brasil – assim como China, Austrália, União Europeia e Reino Unido – recebeu a classificação “altamente insuficiente”. Segundo o Climate Action Tracker, seus compromissos e políticas não são consistentes com o limite de aumento de temperatura de 1,5°C quando se consideram as suas emissões históricas.
Dados mostram que, após a posse do presidente Luís Inácio Lula da Silva, o número de desmatamentos diminuiu significativamente e foram melhoradas as metas de emissões, no entanto, o país ainda é um grande produtor de combustíveis fósseis e tem um setor agrícola altamente poluente.
Em relação ao Reino Unido, em um cenário de partilha justa, precisaria de ter emissões líquidas negativas de 152 milhões de toneladas métricas até 2030 para ser consistente com a meta de 1,5ºC prometida em Paris. Mas a previsão para o período é de cerca de 367 milhões de toneladas métricas.
Insuficientes
Cinco países do G20, Estados Unidos, Japão, África do Sul, Alemanha e Índia entraram na categoria “insuficientes” na análise da partilha justa. A avaliação indica que, embora as políticas e os compromissos signifiquem que as emissões provavelmente estagnarão ou mesmo diminuirão, não é provável que diminuam a um ritmo suficientemente rápido para evitar um aquecimento global superior a 1,5ºC.
Considerando as emissões previstas pelos EUA para 2030, de mais de 5 mil milhões de toneladas métricas, elas são significativamente superiores as 1,9 mil milhões de toneladas métricas que foram atribuídos pelos analistas ao abrigo de um modelo de partilha justa compatível com 1,5ºC.
Fonte: Um Só Planeta