EnglishEspañolPortuguês

Pais de santo querem "tolerância" para poderem assassinar animais

16 de novembro de 2010
2 min. de leitura
A-
A+
O Movimento em Defesa da Liberdade Religiosa redigiu uma carta aberta à população, condenando a intolerância, a discriminação e a falta de conhecimento sobre rituais religiosos, em especial os de matriz africana, como o candomblé e a umbanda. A carta foi escrita como defesa contra o projeto de lei 202/2010, que condena o sacrifício de animais em rituais religiosos, de autoria do vereador Laércio Trevisan Junior (PR), e que foi vetado na semana passada pelo prefeito Barjas Negri. O veto deverá ser votado pela Câmara de Vereadores de Piracicaba no início de dezembro.

Na noite de quinta-feira (11), umbandistas e candomblecistas usaram o plenário da Câmara de Vereadores para abordar o tema e a necessidade de tolerância, prestando esclarecimentos sobre a realização dessas religiões. No mesmo dia, o vereador havia apresentado vídeos sobre sacrifícios de animais em rituais e, segundo os pais-de-santo, não são imagens captadas em Piracicaba. “Tememos o assédio da população sobre os religiosos de matriz africana por causa dessa maneira preconceituosa de abordar o assunto. Não podemos generalizar. Não é verdade que usamos cães nos sacrifícios e quando houver maus-tratos também vamos ajudar a combatê-los”, disse o candomblecista Ronaldo Almeida de Xangô.

O Movimento pretende coletar um abaixo-assinado em favor da liberdade religiosa, garantida por lei federal. “Os terreiros podem ser visitados para verificar como os animais são tratados e fiscalizados para garantir que não há maus-tratos, mas é preciso tomar cuidado para que essa questão não tome uma abrangência pejorativa”, disse o babalorixá Eduardo Gomes de Oxumaré.

Outra reivindicação dos pais-de-santo é quanto ao tratamento hierárquico religioso. “Se um padre ou pastor são chamados dessa forma, um pai-de-santo também merece ser tratado com esse respeito”, falou Ogam Wilson.

Conteúdo

A carta aberta esclarece sobre a história das religiões afrobrasileiras, que cresceram superando perseguições e intolerância, bem como a história dos negros no Brasil, trazidos como escravos e que tinham nesses rituais religiosos sua maneira de expressão e fé.

O documento afirma que os animais abatidos durante os rituais, não o são de maneira sofrida e, depois, são consumidos como alimento.

Fonte: Gazeta de Piracicaba

Você viu?

Ir para o topo