Na noite de quinta-feira (11), umbandistas e candomblecistas usaram o plenário da Câmara de Vereadores para abordar o tema e a necessidade de tolerância, prestando esclarecimentos sobre a realização dessas religiões. No mesmo dia, o vereador havia apresentado vídeos sobre sacrifícios de animais em rituais e, segundo os pais-de-santo, não são imagens captadas em Piracicaba. “Tememos o assédio da população sobre os religiosos de matriz africana por causa dessa maneira preconceituosa de abordar o assunto. Não podemos generalizar. Não é verdade que usamos cães nos sacrifícios e quando houver maus-tratos também vamos ajudar a combatê-los”, disse o candomblecista Ronaldo Almeida de Xangô.
O Movimento pretende coletar um abaixo-assinado em favor da liberdade religiosa, garantida por lei federal. “Os terreiros podem ser visitados para verificar como os animais são tratados e fiscalizados para garantir que não há maus-tratos, mas é preciso tomar cuidado para que essa questão não tome uma abrangência pejorativa”, disse o babalorixá Eduardo Gomes de Oxumaré.
Outra reivindicação dos pais-de-santo é quanto ao tratamento hierárquico religioso. “Se um padre ou pastor são chamados dessa forma, um pai-de-santo também merece ser tratado com esse respeito”, falou Ogam Wilson.
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A carta aberta esclarece sobre a história das religiões afrobrasileiras, que cresceram superando perseguições e intolerância, bem como a história dos negros no Brasil, trazidos como escravos e que tinham nesses rituais religiosos sua maneira de expressão e fé.
O documento afirma que os animais abatidos durante os rituais, não o são de maneira sofrida e, depois, são consumidos como alimento.
Fonte: Gazeta de Piracicaba