O casal Antônio Eliwelton Rodrigues da Silva e Brenda Jamille, que são balconistas e também protetores de animais, planejaram o casamento com a entrada de dois pajens muito especiais: Scooby e Pipoca, cães que foram resgatados e cuidados pelo casal. Para surpresa dos noivos e dos convidados, o padre se negou a dar a bênção final por não concordar com a entrada dos cãezinhos na igreja. O caso aconteceu no sábado (14) na Paróquia São Sebastião, em Nova Olinda, 560 km de Fortaleza.
Vídeos da cerimônia mostram os noivos no altar e o padre César Retrão responsável pelo casamento criticar a entrada dos animais no momento das alianças: “Isso é o cúmulo”.
De acordo com Antônio Eliwelton, a atitude do padre César Retrão deixou todos os presentes perplexos e constrangidos. Segundo o noivo, a entrada dos cães havia sido combinada no dia anterior ao da cerimônia. Eles pagaram R$ 310 como taxa de matrimônio.
“Para evitar qualquer imprevisto perguntamos para o secretário paroquial se tinha algum problema. Ele afirmou que não tinha nenhum problema, pois o padre não iria achar inconveniente. Ficou um clima ruim demais. Na hora que os cães entraram, ele disse que era inaceitável, um cúmulo dois cachorros entrarem com alianças e estarem ali naquele ambiente”, afirmou Antônio.
Antônio Eliwelton, que trabalha como balconista, diz que após pegarem as alianças, o padre mudou de humor e pediu para os noivos e padrinhos assinarem os papéis e deixou o local rapidamente. Antônio Elivelto disse que a bênção final, o ritual que o padre diz “declaro vocês marido e mulher” e o tradicional beijo não foi realizado.
“A bênção final, a parte mais esperada do casamento não aconteceu, pois ele saiu do local logo depois da gente assinar os papéis. Aí ficamos lá constrangidos”, disse.
Além de serem balconistas, o casal mantém há quase quatro anos o Instituto Lilica, uma instituição que cuida de 130 cachorros e 40 gatos. Scooby e Pipoca, que entraram com as alianças, receberam cuidados da instituição. Antônio Eliwelton contou que Scooby foi atropelado perto da casa dos seus pais e ficou com ferimento grave em uma das patinhas. O cão foi para a instituição e o tratamento durou cerca de três meses.
Já Pipoca, foi abandonada pelos seus antigos tutores em um terreno baldio por apresentar uma doença grave que a deixou cega. O casal resgatou a cadela e deu todos os cuidados que ela merecia. No caso dela, segundo Antônio Eliwelton, foi mais delicado e o tratamento demorou, mas ela está bem.
“Ela foi abandonada e estava cega. Demos para ela todo um tratamento especial e medicação. Por isso, esse cuidado todo, ela é mais carinhosa. Quando escuta a voz da gente já corre e pula em cima da gente. São animais e têm sentimentos. Acho que merecem respeito”, afirmou.
A diocese do Crato afirmou que o caso será analisado em uma reunião com o Colégio dos Consultores junto do bispo diocesano. A data ainda não foi marcada, segundo a diocese. Somente após a reunião, a diocese poderá tratar do assunto.
Com informações do: G1