O amor pelos animais faz com que o padeiro Domingo Menacho, de 56 anos, dê conta de 5 empregos para comprar ração, medicamentos e outros mantimentos para mais de 70 animais que ele abriga em um sobrado que comprou no Guarujá, litoral de São Paulo.
Ele vive de aluguel em uma residência na mesma rua, e conta com a ajuda de familiares para cuidar dos animais no dia a dia, enquanto segue trabalhando.
Domingo contou ao G1 que o amor e cuidado com os animais abandonados começou com a sua esposa. Ele conta que, há sete anos, a mulher encontrou um filhote de gato em uma caçamba de lixo e o resgatou. Naquela época, eles viviam em uma comunidade e não tinham muito espaço.
O resgate despertou algo em Domingo. Ele passou a não conseguir mais ver animais desabrigados pelas ruas, abandonados, famintos, doentes e muitas vezes machucados, e começou a resgatá-los e levá-los para dentro de casa. Com o tempo, a quantidade era tanta que não cabia mais. “Eu morava dentro da favela e tinha um barraco de madeira. Teve aquela enchente e morreram cinco animaizinhos”, disse.
Após a tragédia, ele decidiu buscar um lugar melhor para acolhê-los. “Eu tinha um tempo de fundo de garantia com meu patrão e fiz um acordo com ele. Comprei a parte de cima de um sobrado”, conta. O sobrado usado como abrigo fica na Rua 31, no Morrinhos 4, em Guarujá.
Domingo mora com a família na mesma rua, mas de aluguel. No sobrado, atualmente, são 62 gatos e 14 cachorros. “Tudo tirado da rua”, garantiu o padeiro. Assim que ele resgata, o animal passa por consulta e exames no veterinário e é castrado, se possível.
Os animais no abrigo são separados por baías por espécie, tamanho e estado de saúde. Além dele, a esposa, a filha e a cunhada cuidam do local diariamente e pelo menos três vezes ao dia, para garantir a saúde deles.
“Quando comprei aqui, tirei todos os animais [abandonados] da favela. Faço por amor, não sou protetor de animais, eu amo eles. Não tem espécie de animal que eu não amo, amo todos eles”, garante o padeiro.
Pedido de ajuda
Domingo recebe um salário base de R$ 2,5 mil na padaria onde trabalha e, no geral, são R$ 2,2 mil em gastos. Para dar conta de tanta despesa — não só dos animais, mas também de sua própria casa e família —, ele faz horas extras e, ainda, bicos em pelo menos outras quatro padarias na região.
Ele também tem ajuda de clínicas veterinárias e canis parceiros e também os expõem e divulgam a disponibilidade de adoção. A ONG Viva Bicho também oferece castração aos animais. No entanto, a conta ainda custa a fechar, e o padeiro diz precisar de ajuda para manter as rações e os medicamentos em dia.
“Estou precisando muito de ração e medicamento pra eles, no momento”, diz. Para adotar um dos gatos, cachorros ou ainda ajudar o abrigo, os interessados podem entrar em contato pelo telefone (13) 99745-5551.