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ESPERANÇA

Ovos azuis de uma das aves mais raras do mundo são achados em floresta

Ninho continha um total de nove ovos de emu costeiro, espécie australiana que é ameaçada de extinção. Avistamento traz esperanças para a proteção da espécie

14 de setembro de 2024
Redação Galileu
4 min. de leitura
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Foto: NSW Government

Especialistas encontraram ovos de emu costeiro — uma das maiores aves terrestres do planeta e uma variação rara (e distinta geneticamente) do emu — em uma floresta estadual na Austrália. O avistamento traz esperança para a recuperação dessa população de animais na natureza, que está ameaçada na costa norte do país.

Também chamadas de emas-australianas, essas aves são uma das espécies icônicas da fauna local, distribuídas por todo o país, com algumas diferenças genéticas. No entanto, devido à interferência humana, as emus que vivem nas áreas litorâneas estão sob grave risco de extinção.

Segundo comunicado da empresa de engenharia florestal Forestry Corporation, divulgado em 21 de agosto, o ninho com nove ovos azuis foi encontrado durante uma recente inspeção de rotina no habitat de outras espécies em risco, localizado no Vale Clarence, na costa norte do estado de Nova Gales do Sul.

Os emus costeiros costumavam habitar o nordeste do estado, mas atualmente restam apenas cerca de 50 indivíduos, distribuídos por parques de proteção na região norte.

Foto: NSW Government

A queda na população se deve principalmente a atropelamentos e ataques de predadores. “Há muitos animais selvagens na área, porcos e raposas, que podem dizimar esses ninhos“, disse Joshua Brown, ecologista de campo sênior, em entrevista ao site australiano ABC News .”Portanto, é fundamental que façamos o melhor para protegê-los”.

Os ovos de emu chamam atenção por conta de sua forte coloração azul-turquesa, parecida com a cor da penagem das fêmeas em época de acasalamento. Uma zona de proteção cercada de 100 metros foi estabelecida para assegurar que os filhotes possam nascer.

No período que antecede a eclosão dos ovos, emus machos e fêmeas formam “casais”, permanecendo juntos por cerca de cinco meses. Nesse período, as aves transitam pela área perto do ninho, garantindo a defesa de possíveis ataques.

As emus costeiras desempenham um papel crucial na vegetação local, pois, devido à sua dieta diversificada de frutas, atuam como dispersoras de sementes, promovendo a saúde das reservas no nordeste de Nova Gales do Sul. Esse processo é essencial para manter a biodiversidade da região, considerada uma das mais ricas do mundo, permitindo que essas florestas sustentem várias espécies de plantas e animais ameaçados.

Segundo os pesquisadores, a descoberta do ninho destaca a importância e a eficácia das iniciativas de proteção, como o programa estadual “Save our Species” (“Salvem nossas espécies”). Atualmente, mais de 800 locais em Nova Gales do Sul participam do projeto, abrangendo 364 espécies ameaçadas e comunidades ecológicas sob proteção.

Segundo o ecologista Joshua Brown, a taxa de mortalidade das mães e seus ovos costuma ser elevada. Para mitigar esse problema, além de estabelecer a barreira de proteção, agentes florestais também coletam uma pequena quantidade de ovos e os enviam para um criador autorizado. Os filhotes permanecem sob cuidados por até três meses, protegidos de predadores.

Iniciativas comunitárias lideradas pelo conselho político de Vale Clarence também desempenham um papel fundamental na proteção da espécie. Os moradores locais criaram o projeto Caring for our Coastal Emu (“Cuidando de nosso emu costeiro”), que inclui um mapa interativo onde qualquer pessoa pode registrar informações sobre avistamentos de emus costeiros. Além disso, a iniciativa oferece palestras e materiais educativos voltados para crianças nas escolas.

Fonte: Revista Galileu

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