(da Redação)
Ovelhas exploradas para testes na Universidade de Cambridge são deixadas para sentir dor e sofrimento incalculável em nome de experimentos sem sentido, segundo ativistas de direitos animais.
Os animais têm doenças provocadas artificialmente, e então seus cérebros são conectados por fios a eletrodos, enquanto cientistas monitoram quanto tempo leva para que fiquem cegos, percam o controle sobre seus corpos e eventualmente morram. Falhas na forma como as ovelhas são tratadas podem resultar em sofrimento ainda maior, de acordo com um relatório da União Britânica pela Abolição da Vivissecção (BUAV). As informações são da Global Animal.
Um investigador que trabalhou secretamente no laboratório da maior universidade britânica afirmou que uma ovelha cega estava sentada sobre as suas próprias fezes durante vários dias, até finalmente ter sua morte induzida. Outro animal sofreu fratura em uma perna após ter sido manipulado grosseiramente por um funcionário.
Os experimentos fazem parte de uma pesquisa para auxiliar no tratamento das doenças de Huntington e de Batten. Ambas são incuráveis, e constituem condições fatais do sistema nervoso.
De acordo com o relatório da BUAV, o teste com as ovelhas “não traz avanços à pesquisa pela cura”, afirmação que a universidade nega. A Dra. Katy Taylor, chefe de Ciências da BUAV, disse que é evidente que as ovelhas usadas na pesquisa sofreram “enormemente e em vão”. O investigador disfarçado trabalhou dentro do Departamento de Fisiologia, Desenvolvimento e Neurociência da universidade por dois meses.
As ovelhas usadas no experimento foram enviadas da Nova Zelândia, e passaram por uma viagem aérea de quase 18 mil quilômetros antes de terem suas curtas vidas abreviadas ainda mais no laboratório.
O relatório conta que uma ovelha de quatro meses de idade ficou tão doente após o vôo que teve de ser morta em um aeroporto do Reino Unido.
Tortura em nome da Ciência
Ovelhas saudáveis são artificialmente inseminadas com o esperma de machos portadores da doença de Batten.
Uma vez na universidade – onde 135 mil experimentos em animais são conduzidos por ano – elas passam por cirurgias nas quais eletrodos são introduzidos em seus cérebros, de modo que os cientistas possam monitorá-las. Segundo o relatório, as ovelhas começam a perder a visão dentro de seis meses, e tornam-se desorientadas.
Imagens em vídeo mostram-nas chocando-se com objetos. Muitas perdem peso rapidamente pois têm dificuldade em se alimentar. “Esses sinais tornam-se progressivamente piores até que os animais morrem com cerca de dois anos de idade”, diz trecho do relatório, citado pelo Sunday Mirror.
É afirmado também que os pesquisadores não fornecem cuidado suficiente para os animais no período noturno e nos fins de semana.
Ele acrescenta:
“Uma ovelha foi deixada em um estado lamentável – com menos da metade do peso corporal normal, praticamente cega e deitada nas fezes – durante vários dias durante os quais ela se deteriorou ainda mais, em vez de ser morta quando era óbvio que ela estava sofrendo gravemente”.
Um porta-voz da Universidade de Cambridge prometeu uma investigação e disse que a instituição levou “muito a sério” qualquer alegação dos animais sendo maltratados.
A Instituição já foi alvo de denúncias no início deste ano por realizar testes repugnantes em ovelhas prenhes e cordeiros (antes de nascer), para investigar o efeito das estatinas em fetos que sofrem privação de oxigênio. Nos experimentos os animais eram asfixiados antes de serem mortos.