Por Lobo Pasolini (da Redação)
É possível ser ecologicamente correto e explorar animais ao mesmo tempo? A resposta é simples: não.
Assim como a chamada carne feliz é uma falácia, um golpe da indústria para atrair consumidores com uma consciência ecológica, usar animais como ferramentas revela uma atitude especista. A exploração pode colocar uma máscara benevolente, mas o princípio que a impulsiona é o mesmo: que a vida dos animais não tem valor intrínseco e que eles podem ser usados como propriedade humana.
Com isso em mente, foi com desprazer que li que a sede da ONU em Genebra ganhou um prêmio ambiental por usar ovelhas para cortar gramados, além de outras medidas ecologicamente corretas na área verde que ocupa.
O prêmio foi dado pela ONG suiça Nature & Économie ao Palais des Nations que abriga as agências humanitária, econômica e do comércio da ONU pelo seu trabalho em “estimular a diversidade biológica e evitar o dano ecológico.”
O irônico é que foi a própria ONU, que em 2006 lançou um relatório sobre o impacto da agricultura animal no aquecimento global, quem revelou que essa produz mais gases estufa do que toda a malha de transporte do mundo. Não seria coerente por parte da ONU, então, evitar usar animais em seu próprio âmbito? A cena pode parecer inocente – um grupo de ovelhas pastando em frente às Nações Unidas na Suiça – mas a ideia não. E ainda é muito provável que o fim desses animais seja o matadouro.
*Com informações de Globo.com