Não é novidade que as mudanças climáticas oferecem consequências na biodiversidade, vida humana, fauna e flora. Nos últimos tempos o aquecimento global tem aumentado em níveis exorbitantes e estudos indicam que estamos chegando no ponto de inflexão.
Os efeitos das atuais mudanças climáticas continuam a surpreender os cientistas. Uma nova pesquisa indica que, devido ao aquecimento global, as aves migratórias dos Estados Unidos estão ficando menores.
A pesquisa confirma que nas últimas três décadas, a massa corporal das 105 espécies de aves analisadas, diminuiu em média 0,6% e, em algumas espécies, diminuição de 3%. As andorinhas das árvores, por exemplo, reduziram sua massa corporal em 2,8%, os tordos em 1,2% e os pica-paus em 2,2%.
As altas temperaturas afetam fortemente as fisiologia dos animais
Esses números podem parecer insignificantes a princípio, mas em termos evolutivos, são mudanças drásticas, considerando que ocorreram em um tempo muito curto, indica a pesquisa.
Além disso, o fato de o fenômeno ter sido detectado na grande maioria das espécies investigadas, e não apenas em uma ou algumas delas, é uma evidência clara de que a mudança climática é responsável por tal situação.
Os cientistas afirmam que não há outra hipótese plausível para explicar essas mudanças ao longo do tempo. Tal mudança no corpo dos pássaros, foi encontrada em uma área extensa da América do Norte, cobrindo vários ambientes diferentes, ou seja, não há hipótese plausível, exceto as mudanças climáticas.
Também concluiu que as aves em ecossistemas mais quentes também ficaram menores e em um ritmo mais rápido, evidência de que os animais estão se adaptando independentemente da localização.
Por outro lado, os pesquisadores também descobriram que tais mudanças não acompanham o aquecimento, de modo que sua redução no tamanho do corpo foi apenas cerca de 40% do que os cientistas esperariam com base no aumento de temperatura registrado na Terra. Isso significa que os animais correm maior risco de problemas de saúde relacionados ao calor.
O calor extremo afetou o corpo das aves mas não prejudica as asas
Uma curiosidade do estudo, é que mesmo quando os corpos dos animais encolhem, suas asas não seguem essa tendência, o que significa que os pássaros agora tendem a ser “mais alados” em proporção aos seus corpos. Isso pode ser explicado, em parte, pela importância das asas na regulação da temperatura corporal.
O estudo ainda apresenta a primeira evidência em larga escala de que as aves que vivem em altitudes mais elevadas tendem a ter asas mais longas, uma adaptação que auxilia as aves a voar no ar rarefeito de ambientes montanhosos. Nesses locais, as aves têm asas mais longas e corpos menores, apesar das temperaturas mais baixas.
Os cientistas vêm investigando as maneiras pelas quais os animais respondem às mudanças climáticas, tentando descobrir quais são os seus limites. Além disso, mostraram que as aves migratórias têm a vantagem de poder voar para climas mais frios para escapar de altas temperaturas, mas o estudo publicado na Nature demonstra outra maneira de se adaptar, como modificar seus corpos. Por fim, embora essas mudanças não compensem completamente todo o aquecimento que eles experimentarão, aparenta ser uma ferramenta crítica.
Fonte: O Tempo