Uma pesquisa publicada no site da Nature Climate Change concluiu que o número de ondas de calor que estão afetando os oceanos aumentou drasticamente. Trata-se de uma primeira análise global sistemática das ondas de calor oceânicas, quando as temperaturas atingem extremos por cinco dias ou mais.
Entre 1986 e 2016, o número de dias de ondas de calor aumentou mais de 50% em comparação com o período entre 1925 a 1954, levando à perda de florestas de algas marinhas, tapetes de ervas daninhas e recifes de coral, sobretudo na Califórnia e na região costeira da Austrália à Espanha.
“Há incêndios que devastam florestas inteiras produzidos pelas ondas de calor que se percebem nos continentes, mas é importante saber que o mesmo ocorre nos oceanos, debaixo d’água”, disse Smale. As informações são do jornal “The Guardian”.
As ondas de calor tem sido ainda mais fortes porque as temperaturas já estão elevadas devido ao fenômeno El Niño, que aquece as águas do Pacífico. O calor em excesso impede, inclusive, que alguns animais tentem escapar buscando águas mais frias.
O laudo da pesquisa foi confirmado pelo professor Malin Pinsky, da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos, que não fez parte da equipe dos pesquisadores envolvidos no estudo. “Esta pesquisa deixa claro que as ondas de calor estão atingindo o oceano em todo o mundo. Os oceanos estão com febre. Esses eventos provavelmente se tornarão mais extremos e mais comuns no futuro, a menos que possamos reduzir as emissões de gases de efeito estufa”, disse.