“Na primavera de 1999, (…) quando uma carga um tanto estranha chegou ao aeroporto Schipol, em Amsterdã, (…) funcionários da KLM Royal Dutch Airline não tinham a mínima ideia do que fazer com o carregamento, que viera de Pequim: 400 esquilos vivos, mas sem documentação que provasse que estavam livres de doenças. O que fazer? Enviá-los de volta? Colocá-los em quarentena? Chamar serviços sociais locais para aconselhá-los? Nada disso. A solução da KLM: enfiar os adoráveis comedores de nozes em uma retalhadora gigante”.
Assim começa mais um caso relatado no livro Eles Fizeram Tudo Errado!, de Adam Horowitz, sobre trapalhadas de grandes empresas. Desta vez, a empresa encontrou uma maneira prática de se livrar da carga viva que, inadvertidamente, ficaria retida em seus depósitos. Segue o texto.
“Voou pelo de esquilo pra todo lado quando as notícias sobre o esquilocídio em massa viera à tona. Descobriu-se que a KLM vinha operando a retalhadora há anos, para se livrar de animais vivos como tartarugas, pássaros – qualquer bichinho errante que aparecesse no caminho da empresa. A companhia aérea se desculpou oficialmente e declarou que consultaria um abrigo local para esquilos das próximas vezes. Mas a questão ainda ficou meio no ar. Alguns meses depois, a KLM anunciou que não mais aceitaria em suas aeronaves o embarque de anfíbios, répteis, espécies ameaçadas – ou, por qualquer razão, esquilos”.
Vê-se que, mais uma vez, o arrependimento só vem quando a falta é descoberta. A Imprensa, fiscalizadora e agente necessário para dizer que o errado está errado, acabou impedindo a continuidade desses massacres. Agora só falta o resto do mundo.