Renata Martins (em colaboração para a ANDA)
Neste domingo (31.07.2011) infelizmente mais uma vez foi publicada matéria na Folha de São Paulo na qual se faz crer que o abandono de animais pelos circos, especialmente os felinos, ocorre por conta da promulgação de legislação proibitiva, o que, indubitavelmente é totalmente falacioso.
Definitivamente leis específicas proibitivas de animais em circos não são responsáveis pelo abandono destes.
Assertivas contrárias tratam-se de afirmações falaciosas, tendo-se em vista que o abandono de animais, especialmente os felinos, sempre ocorreu, muito antes da promulgação de qualquer lei que fosse, bastando para tanto uma simples pesquisa em notícias publicadas e veiculadas por meio de diversos veículos de comunicação, o que hoje em dia pode ser facilmente feito por meio da internet.
Felinos, na verdade, reproduzem-se muito facilmente, onde quer que seja, inclusive em cativeiro, mesmo com as piores condições possíveis, fazendo com que a população destes animais em circos seja sempre grande. E, logicamente, animais velhos não têm mais serventia para os “espetáculos”, portanto, ao invés de ter gastos com eles, que não geram mais renda alguma, o mais fácil é realmente abandonar e continuar com os animais mais jovens (na visão dos circos, lógico!).
Também devemos lembrar que, após alguns acidentes graves envolvendo perigo à segurança pública, como, por exemplo, o caso do garoto Juninho em Pernambuco, arrastado de forma fatal para dentro da jaula de leões de um circo, diversos circos também passaram a adotar a prática do abandono, por medo de graves consequências como a citada, bem como por conta da pressão popular, sendo que é grande o número de pessoas que não admitem a utilização de animais como “atrações”.
Portanto, a proibição dos animais em circo é a solução SIM para o fim de uma das formas mais cruéis de exploração de animais.
Logicamente essa proibição deve ser seguida da proibição da entrada de novos animais nos circos, a esterilização daqueles em que seja possível e investimento governamental com locais para manutenção desses animais, já que o caos foi instaurado exatamente pela eterna falta de fiscalização do próprio órgão ambiental federal (ah, e que menos “circo” seja armado em torno desses animais, que não precisam disso, mas apenas e tão somente de pessoas eficientes e sensatas!).
Portanto, que a opinião exarada na Folha de São Paulo hoje insinuando o incentivo do abandono por conta de leis proibitivas seja simplesmente ignorada e não seja um incentivo para que haja um retrocesso em relação ao já avançado trâmite do Projeto de Lei Federal proibitivo de animais em circo.