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Os cinco grandes primatas

4 de março de 2009
3 min. de leitura
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Por Fátima Chuecco  (Da Redação)
Orangotango, gorila, chimpanzé, bonobo e humano. Esses são os cinco grandes primatas, assim denominados por estarem um pouco à frente de seus “primos” macacos na escala da evolução. Popularmente chamamos todos os primatas de macacos, mas, na verdade, os macacos são aqueles que têm rabo. Foi na África que surgiram os primeiros primatas sem rabo. O orangotango apareceu entre 12 e 15 milhões de anos atrás, seguido pelo gorila (8 a 9 milhões) e pelo homem (7 milhões). Os chimpanzés e bonobos podem ter surgido há 5 ou 6 milhões de anos.
Todos pertencem ao grupo dos antropoides, mas é com os chimpanzés que os humanos mais se parecem. Pesquisas mais antigas acreditam que a semelhança seja de 98,6%, mas segundo os estudos liderados pelo biólogo Morris Goodman, na Universidade Estadual de Wayne, em Detroit (EUA), compartilhamos 99,4% do DNA deles. Por conta de uma diferença tão pequena, Morris acredita que o chimpanzé deva ser incluído no gênero humano e passe de Pan troglodytes para Homo (Pan) troglodytes, o ser humano propriamente dito.
A intenção de Morris é provocar um novo olhar sobre nossos parentes mais próximos. É fazer com que as pessoas os reconheçam como seres racionais e emocionais, apenas vivendo um momento evolutivo diferente do nosso. No mundo todo, não só chimpanzés, mas gorilas, orangotangos e bonobos provam sua inteligência e sensibilidade fazendo com que alguns casos cheguem aos tribunais.
Um dos mais famosos casos foi o do casal de chimpanzés da Áustria, Hiasl e Rosi, impedidos de receber donativos por não serem “pessoas físicas”, apesar de assistirem a documentários na TV e levarem uma vida praticamente humana. Mas há avanços da consciência “humana” por toda parte. Nas Ilhas Baleares espanholas, por exemplo, os grandes primatas já ganharam status de “adultos dependentes” e não podem ser explorados científica ou comercialmente.
Grandes primatas pelo mundo
Eles fazem ferramentas com galhos, pedras e folhas num processo muito semelhante ao vivido pelo homem das cavernas. Possuem complexas estruturas sociais, aprendem a se comunicar por meio da linguagem dos sinais e a utilizar o computador com o raciocínio equivalente ao de uma criança de sete anos. Podem se reconhecer no espelho, assim como outros animais ou pessoas por meio de fotos.
Até mesmo socialmente alguns chimpanzés lembram bastante os humanos. Alguns deles formam grupos de solteiros, que nunca constituem família. São como aquelas gangues de motoqueiros arruaceiros que não permitem a presença feminina e nem estão interessados em ter filhos. Querem muita liberdade e pouca responsabilidade. All, uma chimpanzé que vive num centro de pesquisas japonês, tem talento notável para os números. Coloca-os em ordem crescente e decrescente, memoriza sequências e acerta 90% dos testes que, em geral, as pessoas só acertam de 40% a 70%.
Os gorilas fazem sanduíches de folhas dobrando o lado espinhoso para dentro antes de comer. Essa e outras técnicas de como lidar com os alimentos da floresta são repassadas para os filhotes. É um processo de “aprendizado” e não intuitivo, pois os jovens necessitam aprender essas técnicas com os mais velhos. Koko, a primeira gorila “falante”, que está há mais de 30 anos entre humanos e recentemente ganhou um santuário, não só aprendeu a linguagem dos sinais, como também criou novas palavras para expressar o que sente e dar nome a coisas que não lhe tinham sido ensinadas na linguagem humana.
Os bonobos andam de pé e eretos boa parte do tempo. Enquanto caminham pela floresta podem carregar arbustos que eles mesmos quebram para fazer suas camas. Kanzi, um bonobo criado para pesquisa comportamental, aprendeu 5 mil palavras em inglês, inclusive sentenças. Ele também jogava games no computador. E esses são apenas alguns flashes de um mundo que pouco conhecemos e que, talvez por isso mesmo, grande parte das pessoas ainda não respeita.

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