A convivência com cães é considerada por muitos um refúgio para desacelerar e aliviar o stress. Praticantes de ioga perceberam isso e agora tentam explorar os benefícios que o bem-estar tanto para os animais como para seus tutores.
A chamada Doga, nome que vem da união da palavra cachorro e ioga em inglês, procura alcançar um estado de relaxamento sincronizando a respiração, circulação e movimentação de cães e seus tutores. Ela parte do pressuposto de que, ao unir pessoas com seres inocentes que as amam, é mais fácil criar momentos de alegria e satisfação.
A Doga nasceu nos Estados Unidos e hoje já se espalha pela Europa. Em países asiáticos, como Japão e Taiwan, chegou em 2008 e logo se tornou uma febre.
Nas palavras de Suzi Teitelman, a norte-americana que primeiro idealizou a versão canina da antiga meditação hindu, “quando combinamos os seres mais divinos de nossas vidas [os cães] com a ioga, acabamos duplamente abençoados”. Uma das maiores entusiastas da Doga é a comediante norte-americana Betty White. Aos 91 anos, ela é uma das militantes mais célebres dos direitos dos animais no país e praticante assídua da Doga. Foi Suzi quem apresentou a técnica a Betty.
Os movimentos da Doga não são muito diferentes daqueles consagrados na ioga. O que ocorre é uma adaptação dos gestos tradicionais para comportar o tamanho e a estrutura do corpo dos cães. Os alongamentos são diversos. Em um dos movimentos, o tutor se projeta sobre o animal, usando um dos braços para estender uma das patas.
Suzi afirma que nunca presenciou brigas entre cães durante suas aulas. Ela acredita que esse tipo de comportamento é inibido na prática da Doga. “Em último caso, recomendo o uso do mantra aum [pronuncia-se “om”]. Ele é capaz de acalmar os cães, pois carrega em sua essência a conexão entre os seres vivos. Alguns cães imitam seus tutores e também emitem o mantra”.
Fonte: Época