Eles abrem a casa, gastam seus salários, ocupam seus finais de semana fazendo promoções, resgatam, castram, dão carinho, comida, água, cobertas. Elas abrem mão daquela casa limpinha e sem pelos, pedem ajuda, muitas vezes fazem dívidas, brigam com vizinhos, com o poder público, com amigos.
Ao mesmo tempo elas também são uma família, ajudam umas as outras, fazem amizades e recebem muito, mas muito carinho em troca. São as protetoras de animais. Em toda a região de Novo Hamburgo (RS) encontramos casos de gente que olha um animal na rua e não consegue apenas dizer “não posso ver isso”. Elas fazem mais, bem mais. “O que me move? Não sei se consigo transpor isso para as palavras. Chega a ser inacreditável a capacidade que os animais têm de confiarem novamente em humanos, depois de tanto terem sido ignorados. Eles têm tudo para serem revoltados, e no entanto, né?” resume a protetora Anelucy Andrade.
Assim como a Ane, como é chamada, muitas outras se desdobram entre a família, trabalho, compromissos pessoais e os animais, não ganham nada para isso, pelo contrário, tiram do próprio bolso e contam com a ajuda de quem, assim como elas, também ama bichos. Mas Ane também faz um alerta.
“Quando recebemos um pedido de ajuda, que muitas vezes é impositivo, ficamos muito chateadas. Não temos como recolher e solucionar todos os casos do mundo, é preciso entender isso também”, explica ela.
Fonte: DC