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Os 500 pit bulls resgatados de rinhas nos EUA podem ser condenados à morte

22 de setembro de 2009
4 min. de leitura
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Por Adriane R. de O. Grey  (da Redação – Austrália)

Em julho passado, mais de 500 pit bulls foram resgatados durante o maior flagrante envolvendo cães de rinha da história dos Estados Unidos. O flagrante, em que 26 pessoas foram presas, foi executado em oito estados por agentes federais e várias organizações de proteção animal. Todos os cães foram encaminhados temporariamente a um santuário gerenciado pela Humane Society de Missouri (HSMO).

A investigação sobre um caso envolvendo lutas de cães feita em 2008 pela Força Tarefa Animal Cruelty da HSMO indicou fatos e possibilitou que o maior flagrante interestadual jamais visto nos Estados Unidos acontecesse. A investigação tomou proporções tão grandes que envolveu o FBI.

Mais de dois meses após o resgate, será divulgada, nos próximos dias, a decisão judicial que determinará o futuro de cada um dos cães. A sentença será dada pelas chamadas Cortes Distritais [District Courts], que são órgãos da justiça federal, responsáveis, cada um, por uma área da federação que abrange alguns estados.

No momento, há 407 cães e mais de 100 filhotes no santuário. “Nós esperávamos resgatar de 200 a 300 pit bulls, mas outros cães foram chegando”, explicou a diretora da HSMO, Jean Jay. “Os cães vivem em canis individuais que são visualmente isolados dos outros canis por folhas de compensado. O compensado permite que os cães, que foram criados para potencializar sua agressividade, tenham um contato visual limitado com os outros.

Cada cão é exercitado regularmente pelo pessoal da equipe do HSMO ou por voluntários. Os cães, explicou Jay, são facilmente conduzidos na guia e são muito amigáveis com as pessoas. No entanto, devido ao treinamento cruel a que foram submetidos, apresentam sinais que podem classificá-los como “cães agressivos”, tendências que também aparecem em alguns filhotes.

Mais de 265 voluntários de 22 instituições de proteção animal têm colaborado no esforço para recuperar estes cães. A mais recente organização a reunir-se à HSMO foi a American Humane Association.

Tracy Reis, que gerencia a programação do tratamento dos cães, descreve a rotina típica diária: começa-se às 8 da manhã, quando os cães recebem água e comida. Depois os canis são limpos e os cães são exercitados e socializados. À tarde, a equipe tem um intervalo para almoço. O comportamento de cada cão é monitorado e registrado durante o dia. O momento mais excitante do dia para os cães é quando, antes do jantar, recebem um brinquedo recheado de manteiga de amendoim. Depois das 5h30, quando os cães estão acomodados, a equipe volta para o hotel para descansar e preparar-se para um novo dia de trabalho.

“Este abrigo temporário é um dos melhores que já vi. A área é organizada, segura e muito limpa”, afirmou Reis. “A equipe de HSMO é diferenciada”.

Os pit bulls resgatados apresentam muitas cicatrizes pelo corpo. Alguns chegaram no abrigo desnutridos e, em alguns casos mais drásticos, certos cães tinham perdido uma das patas. Jean Jay admite que alguns foram “eutanasiados de maneira humanitária” (!) por razões médicas, mas não revelou o número exato de cães mortos. 

A situação hoje

O futuro dos pit bulls é incerto. Num esforço respeitável, os especialistas em comportamento animal da HSMO e da ASPCA têm avaliado cada cão individualmente para determinar sua adaptabilidade e a possibilidade de serem tranferidos para santuários ou para lares adotivos.

As Cortes Distritais possuem os relatórios sobre todos os animais existentes no santuário e darão uma sentença a cada um deles. Jean Jay hesita em prever quantos serão salvos da morte. “Nós esperamos transferir tantos animais quanto pudermos para santuários de grupos de resgate que manterão os cães e continuarão um trabalho que possibilite futuras adoções”.

A HSMO espera que haja grupos de resgate bem como indivíduos adequadamente treinados que se ofereçam para cuidar dos cães depois da sentença. E pede que quaisquer interessados acessem seu site www.hsmo.org para contatá-los.

“Nós temos o compromisso de dar a estes cães, tão barbaramente maltratados, a melhor e mais absoluta chance de uma nova vida”, afirmou Debbie Hill, da HSMO. “Nós confiamos em outros grupos de proteção animal para que nos ajudem a achar lugares permanentes para o  maior número possível de cães”.

Os pit bulls estão seguros em seus lares temporários, por enquanto. É  triste constatar que os últimos dois meses e meio foram os melhores de suas vidas.

Espera-se que as Cortes Distritais norte-americanas tenham compreensão suficiente para não penalizar os cães, vítimas desta realidade horrorosa, mas seus exploradores humanos, verdadeiros causadores deste sofrimento.

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