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PILARES ECOLÓGICOS

Organização internacional adota política para proteger animais mais velhos e de grande porte

27 de outubro de 2025
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Foto: Lauren Brent

A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) adotou a Moção 113, conhecida como princípio de “Conservação da Longevidade”, reconhecendo a investigação liderada pela Charles Darwin University sobre os animais mais velhos da Terra.

A política, aprovada com amplo apoio no Congresso Mundial de Conservação da IUCN em Abu Dhabi, compromete-se a reforçar a preservação da biodiversidade através de estratégias que protejam explicitamente indivíduos mais velhos, mantendo populações naturalmente estruturadas por idade.

O conceito de conservação da longevidade surgiu de estudos que mostraram que a perda de animais mais velhos – muitas vezes devido à sobreexploração, caça furtiva ou degradação ambiental – compromete a estabilidade das populações, a resiliência dos ecossistemas e a transmissão de conhecimento dentro das sociedades animais. A investigação envolveu equipas de várias universidades internacionais e organizações de proteção, incluindo o Amboseli Trust for Elephants, no Quénia.

“Os animais mais velhos não são apenas sobreviventes, são pilares ecológicos”, afirma o ecologista e docente da CDU, R. Keller Kopf, citado em comunicado. “Orientam migrações, estabilizam a reprodução e as cadeias alimentares, e transmitem conhecimento cultural. No entanto, as políticas atuais não os reconhecem nem os protegem”, alerta.

A Moção 113 propõe desenvolver monitorização e investigação sobre a estrutura etária das populações, implementar estratégias de gestão que protejam indivíduos mais velhos e incluir a diversidade etária no planeamento de áreas protegidas e políticas de utilização sustentável, como pescas e gestão da fauna.

Segundo Kopf, a aprovação da moção é apenas o primeiro passo. “Agora é essencial que cientistas, governos e profissionais da proteção trabalhem em conjunto para aplicar estes princípios em programas concretos.”

A adoção da Moção 113 está alinhada com compromissos internacionais como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, o Quadro Global para a Biodiversidade Kunming–Montreal e a Estratégia Australiana para Espécies Ameaçadas.

O Vice-Reitor Adjunto da CDU, Professor Steve Rogers, sublinha que esta conquista evidencia o impacto real da investigação universitária: “A ciência de qualidade não serve apenas para compreender problemas, serve para encontrar soluções. A Moção 113 mostra que o nosso trabalho académico pode contribuir diretamente para a proteção global”, remata.

Fonte: Greensavers

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