Por Bethania Malmberg (da Redação – Suécia)
No dia 30 de novembro, a organização sueca de proteção e direitos animais Djurens Rätt (Animal Rights Sweden) promoveu uma manifestação pública em Estocolmo, em conjunto com o Fur Free Friday. O público presente se reuniu e fez um minuto de silêncio para os visons que foram mortos na Suécia. Estima-se que cerca de um milhão de visons são mortos por ano no país, que possui cerca de 60 fazendas.
Os filhotes de vison nascem entre abril e maio e a maioria é morta em novembro, com cerca de 6 meses de idade. Cerca de 50-60 visons são colocados em um recinto onde exalam dióxido de carbono. É comprovado que este gás causa dores terríveis ao ser inalado, provocando sensação de sufocamento e pânico.
Visons não tem change alguma de exercerem seus comportamentos naturais em pequenas gaiolas. Eles são por natureza animais solitários que vivem em extensos territórios e passam grande parte do tempo caçando e nadando. Dos visons que chegaram à fase adulta, para fins de reprodução, estima-se que 70-85% possuem distúrbios de comportamento, como certos movimentos estereótipos e apatia, além de machucarem uns aos outros.
A campanha “Meu voto para os visons” foi lançada pela Djurens Rätt no início do verão europeu, em junho, com o intuito de incentivar os candidatos políticos a tomarem uma posição a favor da proibição das fazendas de pele em suas campanhas para as eleições de 2014. Vários países europeus já proibiram tal atividade, tais como Inglaterra, Áustria, Croácia, Bósnia-Herzegovina e Eslovênia. No final de 2012 a atividade foi proibida na Holanda por motivos éticos, mesmo sendo o país o terceiro maior produtor mundial de peles de vison.
A diretora Camilla Björkbom, em seu discurso feito minutos antes do momento de silêncio, salientou que existem um milhão de motivos para que os políticos votem para a proibição da indústria de pele sueca. Cada vison torturado que sofre profundo stress dentro de uma gaiola é um motivo. Cada vison que morre sem conhecer nada mais do que grades sob suas patas é um motivo.
A campanha, além de incansável lobbying, dedica-se também a incentivar lojas a deixarem de comercializar produtos com pele, além de conscientizar o consumidor a respeito da situação da referida indústria. Pesquisas dos últimos anos mostraram que cerca de 70% da população sueca é a favor do fechamento das fazendas de pele.
O governo vigente, liderado por uma aliança de partidos de centro-direita, não é a favor de uma proibição, e defende a atividade desde que a mesma siga regras rígidas. O Partido de Esquerda e o Partido Verde defendem a proibição das fazendas de pele. O Ministério da Agricultura elabora esporadicamente novas regras, sendo que algumas delas entrarão em vigor em 2014, o que contribui para o adiamento da proibição da atividade, além de trazer pouquíssimos benefícios para os visons. A organização Djurens Rätt entende que tais regras bem-estaristas não funcionam e que a produção de peles é antiética e obsoleta. Convencer os políticos a tomarem posição pela proibição desta atividade é a única via eficaz. As eleições ocorrerão em setembro.
Informações sobre a campanha: