Os incêndios florestais que atingem o Texas (EUA) há mais de duas semanas bateram recordes. Com cerca de 400 mil hectares atingidos, superando o ano de 2006, quando o fogo destruiu 371 mil hectares de mata. Além dos prejuízos em casas e propriedades rurais, a situação afeta animais.
A americana Marni Prater chamou atenção após compartilhar no Facebook a história de uma cabra recém-nascida que ficou órfã no incêndio. O animal inalou fumaça e necessita de sessões diárias de nebulização por causa das dificuldades para respirar.
O pedido para cuidar da cabra, batizada de “Coco”, partiu do tutor, que teve toda a propriedade arruinada. Marni não é veterinária, mas aceitou a missão. “Temos feito tratamentos respiratórios três vezes ao dia, e ela já está apresentando melhora. Voltou a comer”, afirmou, em entrevista à CBS News.
Ela também faz trabalho voluntário em clínicas para ajudar animais nas cidades vizinhas. A decisão de oferecer estes serviços surgiu após sentir na pele a dor de ver cinco dos seus cavalos atingidos pelas queimadas.
“A linha de fogo chegou até nossa propriedade em ambos os lados, e eles ficaram na fumaça e no fogo ativo por horas”, relembra.
Procedimento é indicado
- Marcílio Nilton Lopes da Frota, médico veterinário, explica que o procedimento de nebulização é o mais indicado para casos relacionados à inalação da fumaça de incêndios.
A técnica pode ser utilizada por criadores brasileiros que vivem em regiões onde as queimadas são comuns, como no Pantanal ou próximo à Floresta Amazônica. A inalação de substâncias tóxicas é extremamente prejudicial e pode causar a morte dos animais.
“O dióxido de carbono (CO₂) presente na fumaça liga na hemoglobina, proteína presente na hemácia que carrega o oxigênio para o restante do corpo, e impede a ligação com o ar bom, impedindo a respiração”, contou.
Uma das formas de recuperar a atividade respoiratória é aumentar a oxigenação nos animais feridos para a hemoglobina ter mais chances de se conectar com o oxigênio do que o CO₂. Além da nebulização, o especialista da Embrapa afirma haver medicamentos para aumentar a capacidade pulmonar.
Fonte: Globo Rural
