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LUTO

Orca macho “Earth” morre em aquário japonês sem nunca conhecer o mar

7 de agosto de 2025
Helene O'Barry
2 min. de leitura
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Foto: PNPA/Inherently Wild

Earth, um orca macho que passou toda a vida em cativeiro, morreu com apenas 16 anos no Port of Nagoya Public Aquarium, no Japão.

Os detalhes sobre sua morte ainda são escassos. Relatos indicam que ele ficou letárgico e perdeu o interesse por seus treinadores pouco antes de morrer. A causa da morte está sob investigação. Earth era o último orca macho em cativeiro no Japão.

Nascido em 13 de outubro de 2008, Earth foi separado de sua mãe, Lovey, em dezembro de 2015, aos sete anos, quando foi transferido do Kamogawa Sea World para o Port of Nagoya Public Aquarium. Seu pai era um orca islandês capturado na natureza chamado Oscar, que morreu em dezembro de 2012.

No momento de sua morte, Earth vivia com sua tia Rin, também conhecida como Lynn, filha de sua avó Stella — uma orca capturada na costa da Islândia em outubro de 1987, que provavelmente pertencia a um grupo residente. Rin e Stella são mais um exemplo de como os aquários japoneses rotineiramente separam famílias de orcas e as redistribuem entre instalações como objetos, ignorando os profundos laços emocionais e as complexas estruturas sociais que definem a vida das orcas na natureza. Agora, com a morte de Earth, Rin está completamente isolada no Port of Nagoya Public Aquarium.

A morte de Earth é mais um lembrete doloroso de que orcas não pertencem ao cativeiro, onde cada aspecto de suas vidas é controlado por humanos. Esses predadores altamente inteligentes, sociáveis e de vasto território percorrem grandes distâncias, comunicam-se por meio de dialetos vocais complexos e frequentemente vivem em grupos familiares por toda a vida. Recintos artificiais jamais poderão replicar a complexidade ou a liberdade de seu ambiente natural, nem suprir suas necessidades físicas e psicológicas.

Sua vida e morte destacam as questões éticas fundamentais de manter orcas em cativeiro. Nascido em um tanque, treinado para entreter multidões e privado do oceano, Earth nunca teve a chance de viver como a natureza planejou. O confinamento frequentemente leva ao estresse crônico, anomalias comportamentais e morte prematura — desfechos trágica e comum entre orcas em cativeiro.

É hora de repensarmos radicalmente nossa relação com as orcas: de dominação e exploração para respeito, responsabilidade e coexistência. Felizmente, a opinião pública já está mudando em algumas partes do mundo, e nossas ações precisam acompanhar. Em vez de aprisionar esses seres complexos por entretenimento passageiro, devemos focar em protegê-los na natureza — preservando seus habitats, reduzindo poluição sonora e química, e abolindo de vez a prática do cativeiro e da reprodução em cativeiro.

A história de Earth não deve ser esquecida. Ela deve servir como um alerta para a transformação urgente e há muito necessária em como tratamos as orcas.

Traduzido de Dolphin Project.

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