Três orangotangos vítimas dos incêndios devastadores que atingiram as florestas na Indonésia foram devolvidos à natureza.
Mãe e bebê, apelidados de Mama Sifa e Sifa, estavam entre os três primatas que retornaram ao seu habitat natural na floresta de Ketapang, Kalimantan Ocidental.
Os animais tiveram que ser resgatados dos recentes incêndios florestais no país, que causaram uma névoa tóxica que se espalhou até Cingapura e a península da Malásia, afetando seriamente os orangotangos colocando diversas espécies em perigo e destruindo seu habitat.
Eles foram encontrados vagando pelas plantações ao redor da vila de Tempurukan.
Os primatas, com idade estimada entre 20 anos e 8 meses de vida, procuravam comida após a destruição de seu lar na floresta, segundo informações do Daily Mail.
Uma equipe do Parque Nacional Gunung Palung, da Agência de Conservação de Recursos Naturais de West Kalimantan e da International Animal Rescue (IAR) os libertou na área de Batu Barat Village, North Kayong Regency, no Parque Nacional na última sexta-feira (11).
Quando os orangotangos foram resgatados, estavam em uma condição de saúde extremamente grave.
Além de muito magros, a falta de comida os deixou severamente desidratados, disseram funcionários do departamento de bem-estar animal.
Os três orangotangos tiveram que ser realocados pois seu lar na floresta foi destruído pelos incêndios.
Depois de receberem cuidados médicos imediatos, ambos foram levados de volta à floresta com a ajuda de um trator como transporte, pois a região da libertação ficava muito longe das plantações da comunidade até o limite da floresta.
A situação dos animais mostrou que, além de serem ameaçados pelos incêndios florestais que queimaram seus lares, os orangotangos também são vulneráveis a serem atacados por seres humanos quando são forçados a procurar comida e abrigo fora de seu habitat natural, disse a International Animal Rescue.
Argitoe Ranting, chefe da equipe de resgate da International Animal Rescue (IAR) Indonésia, disse: ‘A evacuação e translocação de orangotangos sempre será um último recurso e, se possível, evitaremos e garantiremos a sobrevivência dos orangotangos em seu habitat original.
“Mas desta vez não havia outra escolha: os dois estavam presos nas poucas árvores restantes. Uma grande área de floresta pegou fogo e esses orangotangos perderam a casa deles. Se não agíssemos, esses orangotangos não estariam seguros”, disse o ativista.
Desde que os incêndios atingiram as áreas florestais de Ketapang, em julho, seis orangotangos foram resgatados, incluindo Mama Sifa e seu bebê.
Entre os outros salvos, três foram batizados de Arang, Bara e Jerit, que também foram devolvidos à natureza na semana passada.
Além de desnutrição, Jerit tinha uma ferida purulenta na perna por causa de uma armadilha e os veterinários encontraram duas balas nos olhos de Arang.
Karmele Llano Sanchez, diretor de programa de recuperação da IAR Indonésia, acrescentou: “Quando você olha nos olhos de Sifa, pode ver o medo e o desespero dos orangotangos que vêem suas casas na floresta sendo destruídas”.
Esse incidente, segundo Sanchez, foi semelhante ao ocorrido em 2015, quando as operações de resgate continuaram por meses após os incêndios, e os efeitos adversos das chamas florestais sobre as pessoas e a vida selvagem foram devastadores.
“Aqueles que são salvos são os sortudos. Mas ainda existem muitos orangotangos que morrem nos incêndios ou que não conseguem sobreviver por falta de comida ou ainda aqueles que são mortos por pessoas”.
“Precisamos trabalhar muito para garantir que não haja mais incêndios florestais para ameaçar a vida de mais orangotangos”.
Embora resgatados em lugares diferentes e em momentos diversos, as ameaças que esses animais enfrentaram, de incêndios florestais a conflitos humanos, foram as mesmas, segundo os socorristas.
A viagem por terra levou quatro horas, continuou de barco pelo rio por mais uma hora e foi seguida por uma caminhada a pé por meia hora até o local de soltura, em Batu Barat.
A área de West Batu, que fica no Parque Nacional Gunung Palung, foi escolhida como local de libertação, com base nos resultados de uma pesquisa de pré-lançamento para verificar a adequação da área.
Alan Knight OBE, executivo-chefe da IAR, disse: “Nosso objetivo é sempre liberar orangotangos resgatados de volta ao seu habitat natural e, nesse sentido, essa operação de translocação tem sido um enorme sucesso”.
“No entanto, o problema subjacente da destruição do habitat ainda permanece e, até que seja abordado em seu nível mais alto, nossa equipe continuará sendo chamada para resgatar orangotangos que precisam desesperadamente de comida e abrigo”, alerta o executivo.
Esses orangotangos, que fazem parte de populações semelhantes, mas em áreas diferentes, foram levados ao limite de seu habitat pressionados por incêndios e conflitos humanos, de acordo com ONGs de proteção animal.
Gratidão por estar conosco! Você acabou de ler uma matéria em defesa dos animais. São matérias como esta que formam consciência e novas atitudes. O jornalismo profissional e comprometido da ANDA é livre, autônomo, independente, gratuito e acessível a todos. Mas precisamos da contribuição, independentemente do valor, dos nossos leitores para dar continuidade a este imenso trabalho pelos animais e pelo planeta. DOE AGORA.