Cinta vive na Escola de Vida Selvagem na Indonésia criada para atender orangotangos órfãos
Lavar as mãos com frequência e da maneira correta é a principal orientação para se evitar a covid-19 e, embora muita gente ainda não tenha aprendido ou acatado essa lição, a orangotango Cinta já sabe direitinho como cuidar da sua saúde.
Num vídeo captado na Orangutan Jungle School ou Escola de Vida Selvagem, Cinta aparece lavando as mãos num pequeno riacho com bastante cuidado e em exatos 20 segundos – que é o tempo recomendado pelos infectologistas. Veja o vídeo:
A escola, localizada na Indonésia, é dirigida pela Fundação Borneo Orangutan Survival (BOS), e abriga orangotangos órfãos. Diariamente, eles recebem lições para sobreviver na floresta e, quando estão devidamente preparados (com boas notas!), são devolvidos ao seu habitat natural.
Na mesma escola está também “matriculado” o pequeno Hanua, resgatado em novembro passado de um aldeão que o mantinha ilegalmente como animal doméstico. “Hanua estava em estado chocante, com vários cortes abertos nos dedos dos pés, na testa e nas pálpebras. Ele também estava sofrendo de trauma psicológico, gritando aleatoriamente às vezes. Ele foi colocado em isolamento, onde recebeu tratamento intensivo da equipe médica e mães de aluguel dedicadas”, conta a instituição em seu site.
Depois de superar a fase crítica, Hanua foi para a Escola de Vida Selvagem onde, aos poucos, foi ficando mais independente e atualmente até arrisca a escalar uma árvore, embora seus braços e pernas ainda aparentem estar um tanto rígidos. “Esperamos que ele consiga se recuperar totalmente e se mover mais livremente em um futuro próximo”, diz a Fundação.
Por causa da covid-19, as dificuldades começam a aparecer. As equipes continuam fornecendo cuidados diários essenciais para os 440 orangotangos dentro dos centros mantidos pela instituição, com medidas especiais de proteção à saúde dos cuidadores de animais e aos próprios orangotangos.
“Ainda não sabemos se esse vírus pode se espalhar na população de orangotangos em nossos centros, mas como eles compartilham 97% do nosso DNA e são suscetíveis ao resfriado comum, é uma possibilidade muito real e assustadora”, explicou a instituição, que disse ainda que está difícil obter medicamentos, desinfetante, sabão, máscaras, luvas e outras coisas vitais para controlar a transmissão de doenças. Além disso, os alimentos necessários aos orangotangos estão cada vez mais caros.
Por isso foi criado um fundo de emergência para ajudar a manter os orangotangos. Para ajudar clique AQUI.
“Faremos o possível para oferecer o melhor atendimento a esses queridos orangotangos bebê e apoiá-los durante todo o longo processo de reabilitação. Felizmente, todos eles terão a chance de provar a verdadeira liberdade na natureza algum dia” é o recado final da BOS.
Fátima ChuEcco é jornalista ambientalista e atuante na causa animal