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CRISE CLIMÁTICA

ONU reforça que atuais metas climáticas não são suficientes e pede mais ambição em novas NDCs

Para evitar os piores impactos do aquecimento global as emissões de gases de efeito estufa precisam ser reduzidas em cerca de 43% até 2030; mas ONU ressalta que compromissos atuais levam a redução de apenas 2,6%

29 de outubro de 2024
Sabrina Neumann
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

No mesmo dia em que um novo estudo da OMM reportou que a concentração atual de gases de efeito estufa na atmosfera é a maior desde período pós-industrial, a ONU divulgou que os compromissos nacionais para reduzir as emissões ainda estão muito aquém do que é necessário para limitar o aquecimento global aos níveis do Acordo de Paris.

As “contribuições nacionalmente determinadas” (NDCs) já apresentadas pelos países à ONU – se totalmente implementadas – são suficientes para chegarmos em 2030 com emissões de 51,5 gigatoneladas de CO2 equivalente, o que corresponde a um nível apenas 2,6% menor do que as emissões de 2019, disse a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) em sua avaliação anual.

O cenário está bem longe de ser suficiente para limitarmos o aumento da temperatura global a 1,5ºC e evitarmos os piores impactos da crise climática. Para atingir as metas estabelecidas em Paris, as emissões globais de gases de efeito estufa precisam ser reduzidas em cerca de 43% até 2030 e 60% até 2035, em relação aos níveis de 2019, visando emissões líquidas zero até 2050.

Como parte das suas obrigações, as nações devem apresentar NDCs novas e mais fortes até fevereiro de 2025. Segundo o relatório divulgado nesta segunda (28), a próxima ronda de planos climáticos deve proporcionar um avanço dramático na ação e na ambição dos países.

Por isso, Simon Stiell, secretário-geral da UNFCCC, alertou no comunicado desta segunda que as conclusões do relatório precisam marcar um “ponto de virada” para as metas das nações.“Os atuais planos climáticos nacionais ficam muito aquém do que é necessário para impedir que o aquecimento global paralise todas as economias e destrua bilhões de vidas e meios de subsistência em todos os países. A última geração de NDCs deu o sinal para uma mudança imparável. As novas NDCs, no próximo ano, devem delinear um caminho claro para que isso aconteça”, afirmou Stiell.

O documento ressalta ainda que a COP29, a próxima Cúpula do Clima da ONU — que será realizada em novembro deste ano, no Azerbaijão — é um momento vital na luta climática mundial e que os dados divulgados hoje são um lembrete contundente da razão pela qual a COP29 deve resistir e cumprir sua tarefa.

A UNFCCC afirma que os governos devem ir a Baku prontos para converter os compromissos estabelecidos no acordo final da COP28 – triplicar as energias renováveis, promover um objetivo global de adaptação, se distanciar dos combustíveis fósseis – em resultados reais, “protegendo as pessoas e os seus meios de subsistência em todo o mundo”.

Fonte: Um Só Planeta

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