A Organização Meteorológica Mundial (WMO) e o Climate Central, uma organização de pesquisa e comunicação sediada nos EUA, convidaram comentaristas do clima de uma dúzia de países a trabalhar com serviços meteorológicos e outros especialistas nacionais para explorar as consequências desse fenômeno.
“O que os apresentadores do tempo criaram são apenas cenários possíveis e não previsões verdadeiras. Porém, elas se baseiam na ciência climática mais atualizada e eles oferecem uma imagem convincente de como as mudanças climáticas podem impactar o cotidiano nas cidades onde a maioria da população mundial vive”, disse o secretário-geral da WMO, Petteri Taalas, em um comunicado de imprensa.
As cidades apresentadas nos vídeos “Verão na Cidade” incluem Barcelona, Berlim, Bruxelas, Buenos Aires, Cidade do Cabo, Frankfurt, Hanói, Havana, Kampala, Madri, Montreal, Nairóbi, Paris, Sofia e Tóquio.
Se as emissões de gases de efeito estufa continuarem subindo, a temperatura média da superfície da Terra poderá subir mais de 4 graus Celsius ou 7,2 graus Fahrenheit até o final deste século, de acordo com a WMO.
Segundo a ONU, os apresentadores de TV usaram dois cenários diferentes de mudança climática – altas emissões e emissões moderadas – e combinaram cada cidade selecionada com uma cidade que já experimenta tais temperaturas.
Por exemplo, em 2100, os cidadãos de Paris, onde as altas temperaturas diárias do verão agora possuem uma média de 22,7 graus Celsius, podem vê-las alcançar 29,2 graus Celsius, como ocorre atualmente no Marrocos.
O Climate Central publicou um mapa interativo para visualizar essas informações. Muitas cidades avaliadas podem observar as temperaturas diárias máximas no verão aumentarem de seis a nove graus Celsius.
“O aquecimento urbano poderia ser o dobro das áreas nos arredores por causa da presença de materiais de pedra e estradas pavimentadas. Isso resultaria em temperaturas mais altas durante a noite”, disse Taalas.
“O aumento do calor – e um aumento esperado no tempo extremo associado como tempestades de verão – terá grandes implicações no abastecimento de energia e água, saúde pública e transporte. As ondas de calor mais intensas também resultam regularmente na menor qualidade do ar, que pode até ser letal”, acrescentou.
Os vídeos são publicados no canal da OMM no YouTube.
Em um exercício similar, a OMM trabalhou anteriormente com cerca de 60 apresentadores do tempo no “Relatórios do tempo do ano 2050”.