A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou em 3 de junho a resolução 79/291, instituindo oficialmente o Dia Mundial do Cavalo, a ser celebrado todo 11 de julho. A data marca um esforço global para valorizar, proteger e refletir sobre o papel desses animais na construção e sustentação de modos de vida em todo o planeta.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), existem hoje mais de 60,8 milhões de cavalos no mundo, apoiando diretamente os meios de subsistência de cerca de 600 milhões de pessoas. Estão presentes em comunidades rurais, povos nômades, terapias, práticas culturais e esforços de conservação — como na Ásia Central, onde estão ajudando a restaurar estepes degradadas e a recuperar ecossistemas ameaçados.

Apesar dessa importância histórica e atual, cavalos ainda são amplamente explorados, seja em práticas esportivas violentas, como corridas e rodeios, seja em trabalhos exaustivos e muitas vezes sem proteção legal adequada. A criação do Dia Mundial do Cavalo surge, portanto, não apenas como homenagem, mas como apelo ético e ambiental.

Em um mundo em crise climática, que busca novas formas de coexistência e de respeito entre espécies, os cavalos voltam a ter protagonismo — agora não como ferramentas, mas como aliados na regeneração do planeta. Sua presença em projetos de restauração ecológica, saúde mental e bem-estar social mostra que o futuro pode, e deve, incluir relações mais cuidadosas com os animais que nos ajudaram a chegar até aqui.

Mais do que comemorar, o 11 de julho é um convite à consciência: pela dignidade dos cavalos, pelo fim da exploração e pelo reconhecimento de seus direitos básicos à vida, ao descanso e ao respeito.

Em tempos de reconstrução planetária, proteger os cavalos é também proteger a nossa própria história — e semear um futuro onde cooperação, afeto e liberdade caminhem lado a lado.