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ONU alerta que 2021 pode ser ano decisivo para salvar o planeta

A ONU recomendou que hábitos sejam transformados e que a forma de gerir os países seja modificada,A ONU recomendou que hábitos sejam transformados e que a forma de gerir os países seja modificada,A ONU recomendou que hábitos sejam transformados e que a forma de gerir os países seja modificada

21 de fevereiro de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDAMariana Dandara | Redação ANDAMariana Dandara | Redação ANDA
4 min. de leitura
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A agropecuária é uma das maiores responsáveis pelo desmatamento das florestas (Foto: Daniel Beltrá/ Greenpeace)

Em meio às crises da biodiversidade, da poluição e das mudanças climáticas, o ano de 2021 pode ser decisivo para salvar o planeta e, consequentemente, a humanidade. O alerta foi feito pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Em entrevista coletiva concedida à imprensa, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou: “Acho que 2021 é um ano do tudo ou nada”. A declaração foi dada durante lançamento de um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

“Não é tarde demais, mas temos de ter certeza de que somos capazes de não apenas criar as condições para uma redução drástica de emissões nesta década, tornando possível conter o aumento da temperatura em 1.5 graus; este é o ano em que temos de ter um novo marco para preservar a biodiversidade, este é o ano em que temos de tomar um número importante de medidas para reduzir a poluição”, afirmou Guterres.

“É mesmo um ano de ‘ou vai ou racha’, porque o risco de as coisas ficarem irreversíveis está aumentando a cada ano. Isso requer uma mudança de mentalidade”, completou.

“Consideramos que há crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] quando pescamos de maneira predatória. Destruímos a natureza, mas contamos como aumento de riqueza. Consideramos crescimento do PIB quando cortamos florestas. Destruímos a natureza e o bem-estar, mas consideramos crescimento econômico. E muitas outras atividades que colocam em risco o nosso futuro são ainda consideradas como parte do crescimento global”, acrescentou.

Guterres recomendou que hábitos sejam transformados e que a forma de gerir os países seja modificada. “Precisamos de uma mudança fundamental no modo em que medimos a economia, no modo como nos comportamos como cidadãos e no modo em que atuamos como países”, afirmou o secretário-geral.

De acordo com Robert Watson, coordenador do relatório “Fazer as pazes com a Natureza”, elaborado por pesquisadores do Pnuma, “a emergência é muito mais profunda do que imaginávamos há alguns anos”.

O relatório aponta que o planeta pode sofrer um aumento de 3,5ºC na temperatura e expõe a morte de 9 milhões de pessoas por ano em decorrência de problemas causados pela poluição. O documento lembra ainda que 1 milhão das 8 milhões de espécies de plantas e animais do mundo estão sob ameaça de extinção e que 400 milhões de toneladas de metais pesados e produtos químicos são despejados anualmente nos oceanos, rios e lagos do mundo.

Aproximadamente 60% dos estoques pesqueiros estão sofrendo com a pesca – número superior aos níveis máximos possíveis para que as espécies consigam se restabelecer. Além disso, os animais marinhos padecem diante da poluição plástica, que cresceu mais de dez vezes desde 1980, causando 400 zonas mortas, com pouco oxigênio, nos mares.

“No fim, tudo isso irá bater em nós”, afirmou o biólogo e conselheiro científico do relatório, Thomas Lovejoy. “Não é só o que está acontecendo com os elefantes. Ou sobre o aumento do nível do mar. Tudo isso irá ter impacto sobre nós”, acrescentou. As informações são da agência de notícias Associated Press.

Os pesquisadores afirmam que é urgente que os combustíveis fósseis deixem de ser usados e que esse e outros setores que prejudicam a natureza parem de receber os US$ 5 trilhões de subsídios governamentais. Zerar emissões líquidas até 2050 também é importante.

A destruição causada pela agropecuária

Uma das atividades humanas que mais destrói o meio ambiente é a agropecuária. Em 2018, 81% das áreas desmatadas na Amazônia brasileira foram ocupadas por pastos para criar bois explorados para consumo humano, segundo levantamento realizado pela organização internacional Trase. Isso sem considerar os extensos territórios desmatados para o plantio de grãos usados na alimentação desses animais, como a soja.

Além do desmate, a agropecuária também polui o lençol freático e o solo com os dejetos dos animais, que por sua vez soltam flatulências que liberam gases de efeito estufa. Essa atividade também é responsável pelo desperdício de grandes quantidades de água – segundo dados da organização Water Foodprint, são desperdiçados 16 mil litros de água para a produção de um único quilo de carne.

O apontamento feito por Guterres a respeito da necessidade de mudanças econômicas e sociais é o mesmo que milhares de ativistas pelos direitos animais e ambientalistas fazem frequentemente ao alertar para a necessidade da população mudar seus hábitos alimentares, optando pelo veganismo não só como forma de não compactuar com o sofrimento animal, mas também para proteger o meio ambiente.

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