O aquecimento global é uma realidade, por mais que ainda existam vozes negacionistas. Na última década a temperatura média do planeta subiu 1,19° C acima da época pré-industrial. A medida que os termômetros aumentam, as ameaças à vida humana se intensificam. Se de um lado, os eventos extremos conseguem arrasar com cidades em um estalar de dedos, de outro vão transformando o ambiente em um lugar mais inóspito. É justamente sobre isso que a ONU chama atenção no último: há um impressionante processo de perda de umidade do solo em curso.
Nos últimos 30 anos, as regiões secas e áridas do planeta aumentaram 40%. Em área, elas somam o equivalente a pouco mais que o território da Índia, que é o sétimo maior país do mundo. O levantamento se refere a locais que eram considerados úmidos e perderam definitivamente suas características.
Mudança paulatina
As repetidas secas provocadas pelo excesso de calor e falta de chuva na mesma região, aos poucos, transformam o cenário. O solo perde tanta água, que perde a permeabilidade, passando a ter a capacidade de absorver apenas 10% da água da chuva. Em uma retrospectiva de 60 anos, o mundo ficou um terço mais árido nas últimas três décadas, quando comparado com o mesmo período anterior. O relatório afirma que se trata de uma tendência global.
Locais mais impactados
A expansão da seca permanente afeta a região do Mediterrâneo, na Europa, o oeste dos EUA e do Brasil, a África Central e partes da Ásia. Destaque para a China que é o país com a maior área afetada. As novas condições do clima interferem na vida de 2,3 bilhões de pessoas, segundo a ONU, que passam a sofrer com insegurança alimentar, aumento da pobreza e em casos extremos a migração em busca de novos horizontes.
Se não houver diminuição da emissão dos gases de efeito estufa, liberados pela queima de combustíveis fósseis, o processo de desertificação pode aumentar mais 3% até 2100. E isso significa 5 bilhões de pessoas impactadas com as novas condições climáticas e do meio ambiente. Em outra palavra: menos alimentos, preços mais elevados, menos renda e mais pobreza podem estar a caminho.
Fonte: Veja