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ONGs tentam impedir devastação na Granja Carolina (SP)

4 de dezembro de 2009
3 min. de leitura
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Thatiza Curuci
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Para impedir que a Granja Carolina – entre Cotia e Itapevi – seja desmatada, como ocorreu recentemente na Granja Viana em Carapicuíba, o Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (PROAM), a Sociedade Calangos da Mata e Movimento em Defesa da Granja Viana, juntamente com outras ONGs, fazem uma vistoria no local neste sábado (05), às 10 horas. Os organizadores irão mostrar a área para moradores, integrantes de ONGs e para a imprensa. A iniciativa tem o objetivo apresentar as áreas de mata atlântica aos visitantes e de impedir a devastação do local por um novo empreendimento do grupo Alphaville.

A Mata da Granja Carolina tem aproximadamente 8, 9 milhões de m2 e começa na altura do km 34 da Raposo Tavares. A área pertence à Reserva da Biosfera e faz parte do cinturão verde de São Paulo. O local onde a empreendedora pretende construir possui 10.715.000 m2, a maior parte em Itapevi.

O projeto urbanístico proposto pela AlphaVille totaliza uma área total de 573 hectares. De acordo com o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA), o total de 206,2 hectares serão atingidos. Destes, 54,2 hectares serão desmatados e outros 152 hectares pertencem à área de pastagem. Da área a ser desmatada, aproximadamente 53 hectares são matas em estágios inicial, médio e avançado; e 1,2 hectare é Área de Proteção Permanente (APP).

Segundo Carlos Bocuhy, Presidente do PROAM, “é um absurdo permitir que venha a ocorrer o desmatamento dessa região, apontada nos inventários sobre biodiversidade como área prioritária para a proteção ambiental. É uma área equivalente a 80 campos de futebol, enfatiza”.

Durante as duas audiências públicas realizadas sobre o empreendimento, os moradores denunciaram a omissão, no projeto, de 7 nascentes existentes no local, o fato do terreno abrigar topo de morro (Área de Preservação Permanente), entre outros pontos.

“Apresentamos um relatório para mudar o projeto do empreendimento, mas fomos ignorados”, diz Marília Gruenwaldt, da ONG Calangos da Mata. Os moradores também pediram que o corredor ecológico dentro da gleba fosse mantido, pois ele interliga a Serra do Japi (ao Norte) com a Reserva do Morro Grande (ao Sul).

A região é uma das poucas áreas da Grande São Paulo ainda com condições de captar água de seu próprio manancial em condições de uso para o abastecimento. Essas águas vêm da Bacia do Sapiantã, que seria atingida pelo empreendimento Granja Carolina de pelo menos duas maneiras. A obra poderia causar assoreamento do córrego Sapiatã, além de ocupação populacional irregular e regular (outros empreendimentos). Por sua condição geográfica e climática, a área a ser desmatada, em Itapevi, apresenta resquícios de cobertura vegetal primitiva nativa de Mata Atlântica, além de fragmentos de Mata de Araucárias. Com a expansão populacional e industrial do município nas últimas décadas essa cobertura vegetal já sofreu grandes perdas.

No local, existem mamíferos como macaco-prego, quati, veado, capivara, paca, preá e cotia. Além de aves como beija-flores, quero-queros, periquitos, corujas, pica-paus, matracão, e bentevis. Os animais vistos e em vias de extinção são o sagüi da serra, bugio, e as aves papagaio verdadeiro, pavó, e araponga.

Data: 05/12/2009 – Sábado

Horário de início: 10 horas

Local: portaria principal do Vila Verde-Transurb (Estrada da Boa Vista, s/n°, Bairro São João, Itapevi

Como chegar ao ponto de partida: depois do posto rodoviário da Raposo, no Km 36, sentido interior, pegar a saída 36 (antes do viaduto) e entrar na Estrada do Pau Furado. O percurso da Rodovia Raposo Tavares até a portaria do Vila Verde-Transurb tem por volta de 4Km, em estrada asfaltada.

Observações: Se estiver chovendo muito nesse dia, o passeio fica transferido para o dia seguinte, 06 de dezembro. Se cair uma tempestade nos dois dias 05 e 06 de dezembro, no horário de saída, suspendemos o passeio e remarcamos outra data a ser divulgada posteriormente.

Thatiza Curuci /MTB 03050

Assessora de imprensa do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental – PROAM
E-mail: [email protected]
www.proam.org.br
Telefones para entrevista:
PROAM: (11) 3814-8715
Carlos Bocuhy – PROAM – celular 9937-8280

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