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ONGs se unem contra a matança do cormorán grande nas Astúrias

3 de dezembro de 2010
5 min. de leitura
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Por Danielle Bohnen (da Redação – Argentina)

Organizações ambientais unem forças em oposição à nova resolução do Conselho de Meio Ambiente que permite a matança de 230 cormorans grandes, uma ave aquática presente em águas tropicais e temperadas, no Principado das Astúrias, uma província espanhola. A campanha está separada por quantidade de indivíduos a serem mortos por rios:

– Rio Nalón: até 90 exemplares

– Rio Caudal: até 40 exemplares

– Rio Narcea: até 40 exemplares

– Rio Sella: até 30 exemplares

– Rio Cares: até 20 exemplares

– Rio Esva: até 5 exemplares

– Rio Navia: até 5 exemplares

Foto: Asturias Verde/ Divulgação

Segundo as organizações, “não é aceitável que se pretenda matar mais 230 cormorans em águas continentais, somente para agradar os pescadores, que são os únicos que reclamam insistentemente pela matança de uma espécie selvagem, para que pesquem mais”. Isso acontece porque eles acreditam que com o número de cormorans reduzido, a oferta de peixes irá aumentar. Eles pretendem alcançar a meta da campanha passada em capturas, que foi a pior de toda a história.

“Temos que recordar que o Cormorán Grande não é uma espécie cinegética e não tem plano de manejo, apesar de ser obrigatório. Não foram publicados os critérios utilizados para determinar a quantidade de exemplares mortos em nenhum dos organismos de participação sobre a fauna e rios nos quais nós, organizações ambientais, estamos e desconhecemos suas contas e como são realizadas. Não foi levada nenhuma proposta ao Conselho de Ecossistemas Aquáticos e desconhecemos de onde saem os números propostos”.

De acordo com site Astúrias Verde, a prática de permitir a caça de espécies por pressão é uma demonstração de falta de políticas e preservação da fauna selvagem por parte do Principado, mais preocupada em satisfazer interesses particulares em lugar de defender os valores naturais. Atendem às reclamações dos pescadores sem levar em conta outros setores da sociedade que também desfrutam dos ecossistemas fluviais asturianos e que não pedem pela morte de espécies que habitam a região.

“É importante recordar que todas as experiências de controles de cormorans grandes não significou um aumento na pesca e não houve diminuição no númeo de aves a médio prazo, que permanece estável nas Astúrias nos últimos 13 anos, como o próprio Principado reconhece”.

Foto: Asturias Verde/ Divulgação

Além de número de comorans não ter aumentado na última década, os salmonídios somente representam um a pequena porcentagem na dieta do cormorán grande, como avaliou estudos realizados pelo próprio Principado, o que mostra a incoerência dos argumentos utilizados para permitir a matança desses animais. Porque a diminuição da oferta de peixes nos rios não tem nada a ver com população de cormorans.

As populações de salmões, trutas e enguias estão diminuindo, mas não por culpa do Cormorán e sim, pela contaminação das águas, pesca marinha e falta de preservação dos habitats. “Soltam alevinos, que apenas aumentam o número de peixes por período muito curto de tempo, até que morrem por serem mal-adaptados, portanto matando cormorans não se pode solucionar o problema”.

Tal medida foi aprovada e será executada sem qualquer estudo científico prévio, que demonstre claramente a necessidade de exercer um controle sobre a espécie. Tais estudos devem tornar-se públicos e devem ser submetidos à debate social, a fim de solucionar o problema de forma alternativa que a matança desenfreada de uma espécie como medida de controle.

“Todo e qualquer controle deve ser realizado após evidências científicas e tomando como base a legislação vigente. Os predadores são uma das principais fontes de seleção natural e elimina-los somente contribui para aproximar o funcionamento do ecossistema natural ao de uma fazenda. Quando existe um problema de superpopulação de predadores, deve-se à alterações do habitat ou superpopulação de presas”.

O cormorán grande é uma espécie que até 2004 estava incluída no Anexo I da Diretiva Aves e como espécie “de interesse especial” dentro do Catálogo Nacional de Espécies Ameaçadas. Em poucos anos passou de espécie protegida à exterminável nas Astúrias, somente por pressões de pescadores, que veem na ave um rival, como se o rio lhes pertencesse. Também não é de conhecimento público, os resultados dos controles que foram feitos em 2004/05.

O que está claro, por experiência em outros lugares, é que a caça de cormorans grandes não é efetiva como forma de controle populacional. Por isso, as organizações continuam reclamando  para obtenção de dados confiáveis sobre a alimentação do cormorán nos rios da região e avaliar de maneira mais precisa seu impacto sobre as populações de peixes e, se realmente forem necessárias medidas de controle, que sejam sempre fundamentadas no diálogo e com argumentos científicos e não por pressões de interesse um determinado grupo comercial, como os pescadores.

As Organizacões que aderem ao projeto são:

– Coordinadora Ecoloxista d’Asturies

– Coordinadora Ornitoloxica d’Asturies

– Grupu d’Ornitoloxia Mavea

– Asociación para la Defensa Jurídica del Medio Ambiente “Ulex”

– Plataforma para la Defensa de la Coordillera Cantábrica

– Asociación para la Conservación y estudio del lobo

– Ascel- Ecoloxistes n’Aición d’Asturies

– Grupo Ecologista el Carbayu de Valdes

– Asociación Molín de Adela de Güeria

-Ayer

– Asociación Salvemos los territorios del Bajo Navia

-Salternavia

– Instituto para la Calidad y Educacion Ambiental

– Jovenes Verdes

– Colectivo Ecologista de Avilés

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