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ONGs protegem animais abandonados e maltrados pelo país

20 de outubro de 2011
3 min. de leitura
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Foto: Reprodução/ G1

Se você pensa em ajudar animais domésticos maltratados, não é difícil encontrar organizações parecidas com a “Adote um Focinho” em todo o Brasil. Qualquer pessoa pode, ainda, adotar um cachorro largado na rua. Entretanto, resgatar leões e tigres abandonados é para especialistas, como os do “Rancho dos Gnomos”, em São Paulo.

“Somos solicitados sempre pelos órgãos oficiais e também recebemos inúmeras denúncias da população em geral. São pessoas que se deparam com uma situação de crime ambiental envolvendo um animal”, explica Marcos Pompeu, um dos fundadores da organização.

Há 20 anos, o Rancho dos Gnomos, em Cotia, na região metropolitana de São Paulo, recebe animais maltratados. ”Os animais silvestres que têm condição, após recuperados, são devolvidos em áreas homologadas pelo Ibama. Os animais exóticos permanecem no rancho até o fim de suas vidas”, diz Marcos.

Atualmente, o rancho abriga 320 animais e o número só não aumenta por falta de recursos. Segundo Sílvia Pompeu, uma das fundadoras da organização, as solicitações chegam o tempo todo, inclusive de outros países como Equador e Colômbia. ”É muito complicado porque somos uma ONG focada no reino animal. Trabalhamos 24 horas em prol deles, só que sozinhos a gente não consegue fazer mais”, afirma.

Em setembro, depois de uma campanha pela internet, uma equipe do Rancho conseguiu resgatar um leão que estava em um zoológico abandonado do Mato Grosso do Sul. Silvia explica que quando chega, o animal passa por um período de quarentena. Enquanto isso, a equipe do Rancho procura parcerias para construir tudo o que ele precisa, como local e alimentação. “Envolve uma logística muito grande. Não é só pegar o animal e trazer para dentro do rancho”, diz.

Foto: Reprodução/ G1

Animais de circo

A maioria dos animais exóticos que chegam ao Rancho são originários de circos. Por muito tempo, os números com animais foram as maiores atrações dos circos, até que veio à tona a forma como muitos deles eram tratados longe dos picadeiros. A organização não governamental de origem inglesa “Animal Defenders International” tem uma campanha mundial contra a presença de animais em circos. Sem se identificar, integrantes da ONG conseguem emprego nos circos e registram os maus-tratos. Muitos animais sofrem ferimentos graves e quase todos apresentam distúrbios de comportamento, pelos anos confinados e maltratados.

No Brasil, várias cidades proíbem as apresentações de circos com animais, mas ainda não foi aprovada uma lei nacional para acabar com o problema. “Hoje temos aproximadamente 120 leões abandonados pelo Brasil, precisando ainda de um lar. A origem deles é o circo”, conta Silvia. “A gente está fazendo um trabalho educacional há dez anos. É um trabalho de despertar de consciência para que as crianças e jovens não frequentem circos com animais porque o resultado final é esse: um animal descartado, totalmente marginalizado, negligenciado, além de obviamente ficar anos em circo sendo violentado, sendo mutilado”, diz Silvia.

Conscientização

O trabalho de cuidar dos animais não é realizado somente dentro do Rancho dos Gnomos. Os biólogos também vão a escolas e a projetos sociais, como a Fundação Maria Carolina, para conversar com as crianças e fazê-las entenderem a importância da preservação dos animais.

“Não teria sentido fazer todo esse trabalho se a gente não divulgasse, principalmente para as crianças. Um jeito que a gente tem para poder chegar a levar a informação correta é fazer essa interação e mostrar e falar a realidade”, explica Andrea Filomena Freixeda, bióloga do Rancho dos Gnomos.

Segundo a bióloga, várias crianças já incentivaram os pais a mudar o estilo de vida. “Uma parceria com criança sempre é muito boa”, afirma.

Veja o vídeo.

Fonte: G1

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