Clubes de futebol alemães, Eintracht Frankfurt e Colônia, estão sendo criticados por ONGs de proteção animal devido ao uso de mascotes vivas durante os jogos: uma águia e um bode, respectivamente. Essas práticas submetem os animais a situações de estresse e desconforto.
O Colônia, da segunda divisão, apelidado de “Os Bodes”, tem o bode Hennes como mascote. Ele é exibido ao redor do campo antes das partidas. Este já é o nono bode explorado na função desde que Hennes I chegou ao clube em 1950.
Já o Eintracht Frankfurt, que está na primeira divisão, é conhecido como “As Águias” e deixa Attila, ave da espécie, voar pelo estádio antes dos jogos, assim como as águias mascotes do Benfica, de Portugal, e da Lazio, da Itália. Ele faz um circuito antes de pousar de volta na luva de seu treinador.
“Seja águia ou bode, para ambos os animais, estar no estádio barulhento, com muitas pessoas e em um ambiente agitado significa um estresse enorme”, disse a ONG PETA em um comunicado, acrescentando que o transporte para os jogos também causa estresse.
A Associação Alemã de Proteção Animal concordou com a crítica. “O animal não tem para onde recuar e não pode escapar do agito do estádio”, acrescentou.
Em 2015, o atacante do Colônia, Anthony Ujah, agarrou o então Hennes VIII pelos chifres e puxou o bode em sua direção durante uma comemoração de gol. Na época, a revolta foi grande, e Ujah se desculpou publicamente.
A exploração de animais como mascotes em eventos esportivos, como ocorre com o bode Hennes, do Cologne, e a águia Attila, do Eintracht Frankfurt, precisa acabar. Esses animais são tratados como objetos de entretenimento, submetidos a ambientes altamente estressantes, barulhentos e caóticos, sem qualquer consideração por suas necessidades naturais ou bem-estar.
O argumento de que os animais são “bem tratados” ou “acostumados” a essas situações não justifica a exploração a que são submetidos. O simples fato de serem transportados para estádios, expostos a milhares de pessoas e obrigados a participar de rituais humanos já é, por si só, uma violação de seus direitos. Animais não são instrumentos de marketing ou símbolos para agradar torcedores; são seres sencientes, capazes de sentir medo, estresse e desconforto.
É hora de os clubes de futebol e outras organizações repensarem suas tradições e adotarem medidas que respeitem a vida e a dignidade de todos os seres vivos. Afinal, o verdadeiro espírito esportivo deve incluir compaixão e respeito, não apenas pelos humanos, mas por todos os habitantes do planeta.