Por Patrícia Tai (da Redação)
Restam menos de mil focas-monge havaianas no mundo, e cientistas estimam que a espécie possa vir a desaparecer dentro de um período entre cinquenta e cem anos.”Tenho certeza que alguém tem conhecimento disso”, disse William Aila, presidente do Departamento de Meio Ambiente e Recursos Naturais no Havaí. As informações são do jornal Hawaii News.
Desde novembro, duas focas foram encontradas mortas por espancamento na remota ilha de Molokai, e uma foca assassinada foi encontrada recentemente no Kauai. Uma recompensa de 10 mil dólares está sendo oferecida para encontrar cada um dos culpados pelas mortes. Uma quarta foca encontrada morta em Molokai também está sendo alvo de investigação.
“Estamos todos lutando com o ‘por quê?’ desses fatos”, disse Aila. “Por que alguém iria fazer isso a animais tão sociáveis e amáveis do Havaí, que têm um relacionamento próximo não só com os nativos como também com a população local?”
As focas-monge do Havaí foram caçadas no final do século 19 e sua população tem sido afetada pelos humanos desde então, através de matanças, detritos marinhos, ficando presas em redes de pesca, por doenças e perda de habitat.
Aila disse que as focas são importantes para o ecossistema marítimo do Havaí e chamou os assassinatos de “indesculpáveis ambiental e culturalmente”. É também considerado um crime estadual e federal matar ou causar dano a esses animais. De acordo com a lei do Estado, quem for julgado culpado tem que pagar uma multa de 50.000 dólares e é condenado a cinco anos de prisão.
“Esse tratamento bárbaro a estes animais em extinção é algo que precisa parar”, ele disse. “Nós temos que encontrar um meio de convivência com as focas-monge. Não há outra opção para as ilhas agora”.
O dinheiro foi oferecido por vários grupos de defensores dos animais e por um doador local anônimo.
A ONG Humane Society of the United States prometeu 2.500 dólares para cada caso, ou 7.500 dólares no total, enquanto o Conselho de Conservação para o Havaí, e o Centro de Diversidade Biológica e o Instituto de Conservação Marinha estão oferecendo coletivamente 7.500 dólares.
Os restantes 15 mil dólares foram oferecidos por um doador anônimo.
“A Humane Society está muito preocupada, pois pesquisas vêm demonstrando que aqueles que são cruéis com animais são freqüentemente cruéis e também cometem atos violentos contra pessoas”, disse Inga Gibson, diretora do grupo no Havaí. Ela espera que a recompensa sirva como elemento de dissuasão e “traga esses infratores para a justiça”, ou faça com que eles modifiquem suas atitudes.
As mortes das focas, que têm sido endêmicas no Havaí, surpreenderam o país. Elas ocorreram concomitantemente aos esforços do Governo Federal em protegê-las, levando ao ressentimento por parte de alguns grupos de pescadores que temem que novas regulamentações prejudiquem o seu direito de pesca. As mortes também têm acontecido de acordo com uma noção equivocada de que os animais não são nativos do Havaí, e portanto não pertencem ao local.
Aila diz que as pessoas precisam colocar suas diferenças, falta de informação, e equívocos de lado.
“Temos que avançar e compreender que o mundo está mudando devido a questões de mudança climática e devido a problemas populacionais”, disse ele. “As focas-monge são, foram e continuarão sendo parte de nossa existência aqui no Havaí.”