Organizações de resgate de animais domésticos e selvagens em toda a Grécia fazem apelos urgentes por ajuda enquanto incêndios devastadores continuam a arrasar o país, deslocando milhares de residentes e turistas e colocando inúmeros animais em perigo.
As chamas já consumiram mais de 25 mil acres de florestas nas ilhas gregas e no continente. Animais domésticos foram perdidos, os de fazenda ficaram presos e os selvagens foram expulsas de seus habitats no que os socorristas descrevem como uma emergência sem precedentes.
Na terça-feira, a ONG de proteção animal Dog’s Voice enviou uma equipe de voluntários a Patras, onde o município abriu um posto de acolhimento para animais afetados pelo fogo na Praia EOT. Os animais domésticos resgatados são transportados para clínicas por meio de uma rede de voluntários que coordena os resgates em campo.
“Antes de evacuar, soltem seus animais das correntes, eles não conseguem se libertar sozinhos”, alertou Marilia Tsopela, da Dog’s Voice, em entrevista à emissora pública grega ERT. Ela afirmou que pelo menos 30 animais já foram salvos do incêndio em Achaia, mas reconheceu que animais de fazenda muitas vezes não podem ser evacuados devido à superlotação e à falta de transporte. “Toda forma de ajuda — hospedagem, transporte ou trabalho voluntário — é valiosa”, acrescentou.
ANIMA pede socorro
Enquanto isso, a ANIMA – Associação Helênica de Cuidados com a Vida Selvagem alerta que centenas de animais selvagens enfrentam a morte enquanto as chamas avançam por seus habitats florestais.
“Estamos vendo uma perda extensa de vida selvagem”, disse Maria Ganoti, presidente da ANIMA, citando casos de desidratação, inalação de fumaça e choques elétricos sofridos por aves e animais desorientados. “Um grande número de animais de fazenda e domésticos também está morrendo, e isso é muito trágico. Muitas vezes ouvimos relatos de ‘nenhuma vítima’, mas depois descobrimos um curral inteiro com 300 animais queimados. É de partir o coração.”
Ganoti, que resgata e reabilita animais selvagens há mais de duas décadas, destacou a necessidade de planos de evacuação para o gado e alertou que os incêndios na primavera e no início do verão são especialmente destrutivos devido aos filhotes recém-nascidos em ninhos.
As equipes de resgate coordenadas pela ANIMA estão atuando em Zakynthos, Patras e outras regiões afetadas, continuando seu trabalho muito depois que as chamas se apagam — incluindo monitoramento de áreas queimadas, fornecimento de água e resgate de animais feridos ou mortos.
Um dos casos mais dolorosos envolve as tartarugas, explicou Ganoti: “Elas são queimadas por dentro após inalarem ar quente. Como as tartarugas podem sobreviver por até 15 a 20 dias nessa condição, elas sofrem prolongadamente e muitas vezes precisam ser sacrificadas.”
Tanto a Dog’s Voice quanto a ANIMA estão apelando aos tutores na Grécia para que parem de prender cães e outros animais com correntes, e pedem que os cidadãos se voluntariem, ofereçam abrigo ou doem suprimentos e fundos.
Traduzido de tovima.com.