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ONG S.O.S Totó resgata cachorro vítima de queimaduras em Garça (SP)

6 de julho de 2014
5 min. de leitura
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fuleco

A rotina de uma entidade que se dedica a salvar animais de rua é, às vezes, recheada de bons momentos, como ver a recuperação de um bichinho doente ou encaminhá-lo a uma família que queira adotá-lo de verdade. Porém, antes que esses bons momentos aconteçam, os protetores dos animais presenciam cenas terríveis de maus tratos, abandono e doenças. Uma dessas cenas aconteceu há duas semanas, quando o fundador da Ong S.O.S Totó, Mauro Rosa, dirigia-se à sua chácara e nas imediações do Jardim Paineiras deparou-se com um cachorrinho andando “cheio de marcas de queimaduras, com um olho pendurado e cheio de tumores”, conforme descreve Mauro.

Ele afirma que as queimaduras no cachorrinho se devem à água fervente: “Tem gente que se incomoda com a presença de animais perto de casa, ou em alguns estabelecimentos comerciais ou bares o dono fica incomodado e joga água quente no animal. Infelizmente isso ainda é muito comum”, diz o protetor, que imediatamente pegou o cachorrinho e o encaminhou para atendimento veterinário. “Contei com a ajuda da Drª Andressa Bronzato que fez uma cirurgia no cachorro; ele já passou por três sessões de quimioterapia para regredir os tumores – ele foi diagnosticado com TVT (tumor venéreo transmissível) e é possível que ele não seja posto para adoção, pois ele está muito assustado”, conta Mauro.

Na verdade, Fuleco, como foi batizado o cãozinho, está ainda muito traumatizado, o que ajuda a explicar essa relutância em ter contato com as pessoas, ao se encolher quando alguém tenta se aproximar. Trauma não somente pela queimadura de água fervente – o que basta para justificar o quadro -, mas provavelmente por tudo por que o animal deve ter passado. Geralmente animais de rua, além da privação de alimentos adequados, são maltratados, apanham, são atropelados. E muitas pessoas são testemunhas desses crimes e nada fazem. É preciso saber que atitudes como esta, que vitimaram Fuleco, são crimes passíveis de penalização. E que devem ser denunciados.

“Por esses dias resgatei também mais dois cachorros, um com cinomose e outro com um trauma na coluna, ambos foram atendidos em Vera Cruz”, relata Mauro, “o cachorrinho com trauma da coluna vai precisar colocar platina, mas acreditamos que ele volte a andar. Ele foi encontrado também na estradinha que vai para o Bairro São Benedito, no dia do último jogo do Brasil, ele estava muito assustado; acredito que deve ser mesmo por causa do jogo, quando as pessoas soltam muitos fogos”.

Quadros como estes, de espancamentos, queimaduras e abandono, apesar da lei já existente contra isso, ainda é bem comum: “é um circo de horror”, como define o fundador da Ong. É preciso que todos se conscientizem urgentemente sobre a importância em se respeitar os animais, ou no mínimo, não fazer deles um saco de pancadas.

“E a Ong, apesar de não ter mais condições de recolher nenhum animal, não consegue ficar omissa. Tem sempre gente nos ligando para falar de um cachorro que foi atropelado, de um cachorro que foi abandonado. Às vezes as pessoas são até agressivas, já fomos até ameaçados porque demoramos um pouco para realizar o resgate, mas elas têm que entender que não somos muitos, e temos muito trabalho: dar comida, cuidar da limpeza, levar para atendimento no veterinário. Por isso é que sempre pedimos e sempre contamos com a colaboração de todos”, afirma Mauro.

Quem quiser ajudar com doações de ração ou medicamentos, ou até mesmo adotar um animal de forma responsável e consciente, basta entrar em contato pelo número 9622 – 0363.

Quais atitudes podem ser consideradas maus tratos aos animais? 

Além da violência contra os animais, existem outras ações que podem ser classificadas como maus tratos. São elas:

Abandono;

Agressões físicas, como: espancamento, mutilação, envenenamento;

Manter o animal preso a correntes ou cordas;

Manter o animal em locais não arejados e sem luz;

Manter o animal trancado em locais pequenos e sem o menor cuidado com a higiene;

Manter o animal desprotegido contra o sol, chuva ou frio;

Não alimentar o animal de forma adequada e diariamente;

Não levar o animal doente ou ferido a um veterinário;

Submeter o animal a tarefas exaustivas ou além de suas forças;

Utilizar animais em espetáculos que possam submetê-los a pânico ou estresse;

Capturar animais silvestres

Como ter certeza de que se trata de um dos casos acima?

Antes de qualquer coisa, conheça as leis que amparam os animais em casos de crueldade e abandono. Depois, certifique-se de que o problema se trata de um caso de maus tratos. Existem a Lei Federal Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, a “Lei dos Crimes Ambientais” e o Decreto Lei Nº 24.645, de 10 de julho de 1934, define maus tratos aos animais.

Busque evidências e testemunhos que comprovem suas suspeitas. Se possível, tente conversar com o acusado de agressão, deixando claro que os animais são protegidos por leis. Fotografe ou filme os animais que sofrem maus tratos. Provas e documentos são fundamentais para combater e comprovar. Consiga o maior número de informações possível para identificar o agressor. É importante saber o nome completo, a profissão, o endereço residencial ou do trabalho.

Em caso de abandono ou atropelamento, anote a placa do carro para levantar a identificação no Detran. Não tenha medo de denunciar. Você será considerado somente uma testemunha do caso e as denúncias também podem ser feitas anonimamente.

O que acontecerá se for comprovado o abuso?

Se o agressor foi indiciado, perderá sua condição de réu primário, isso quer dizer que terá sua “ficha suja” na polícia. O atestado de antecedentes criminais também é solicitado caso o agressor candidate-se a um cargo público e também em empresas que peçam informações do passado do candidato. Outras penas variam de acordo com o crime, mas vão de meses a anos de detenção.

Fonte: Jornal Comarca

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