É muito comum encontrar animais vagando pelas rodovias durante as viagens. Este problema representa um risco duplo: para a fauna, que perde muitas de suas espécies, e para a população, que corre o risco de sofrer acidentes. Com o objetivo de tentar amenizar esse problema, a organização não-governamental (ONG) ambiental Econg desenvolve um estudo há dois meses para identificar quais os principais pontos em que ocorrem atropelamentos de animais na rodovia Marechal Rondon, SP.
O técnico ambiental e diretor da Econg, Roberto Franco, explica que o levantamento está sendo feito por biólogos no trecho entre Castilho e Bauru, nos dois sentidos. “Eles trabalham durante os finais de semana e percorrem quilômetro a quilômetro vistoriando os locais em que já ocorreram os atropelamentos e aqueles que têm mais chance de ocorrer”.
Ele explica que os pontos mais suscetíveis aos atropelamentos são onde há mata ciliar, perto de córregos, em baixadas e, principalmente, perto de canaviais. “Muitos ainda adotam a prática da queimada. Quando um canavial é queimado, os animais correm para a rodovia e é quando acabam ocorrendo os atropelamentos”.
Costumes
Além de observar as características de cada ponto, há a análise dos animais que vivem no entorno. “É importante analisar qual o tipo de animal que vive ali e quais os seus costumes. Por exemplo, répteis andam mais de dia. Quando está frio, eles vão mais para o asfalto. Tudo isso nos dá indícios da probabilidade deles entrarem na rodovia”, explica.
Franco pede a ajuda da população para que o levantamento fique mais completo. Segundo ele, “é necessário que a população comunique quando encontrar um animal atropelado. Com as nossas observações e os avisos dos usuários, poderemos ter um estudo mais completo e preciso”.
A previsão para o término do levantamento é daqui a quatro meses e, de acordo com o diretor da Econg, contribuirá muito para amenizar o problema. “Quando tivermos esse estudo pronto, queremos entregá-lo à concessionária ViaRondon. Assim, será possível tomar certas precauções, como colocar alambrado induzido, lombadas e melhorar a sinalização desses pontos de risco”.
Franco completa com exemplos de locais onde essa iniciativa surtiu resultados. “Há várias estradas paranaenses que fizeram isso e os acidentes e atropelamentos diminuíram. É lógico que não vai acabar, mas vai amenizar bastante”, conclui.
Fonte: Jornal da Cidade de Bauru