A ONG em defesa dos direitos Lady Freethinker iniciou, nessa segunda-feira (18/10), um processo judicial contra o YouTube em razão da leniência da plataforma em relação ao upload de vídeos com cenas de abusos a animais. A ação se deu no Tribunal Superior da Califórnia, em Santa Clara e acusa a plataforma de não punir quem publica esses conteúdos.
Segundo o portal Gizmodo, o processo alegou que a rede social realizou uma quebra de contrato com seus usuários ao permitir a postagens de vídeos de abuso de animais e ao não reagir quando alertado sobre eles. Além disso, acusou o YouTube de violar a lei de “esmagamento de animais” – uma lei federal americana que proíbe vídeos de animais sendo “propositalmente esmagados, queimados, afogados, sufocados, empalados ou sujeitos a lesões corporais graves”.
De acordo com as diretrizes da plataforma, a postagem de vídeos em que humanos causam danos físicos, incitações a luta e situações perigosas a animais é proibida. No entanto, diversos vídeos com esses conteúdos estão no site a anos e foram assistidos milhares de vezes, alguns deles até sendo acompanhados de anúncios de rações para animais de estimação, gerando remuneração para os realizadores do conteúdo.
Ivy Choi, a porta-voz do YouTube, disse que a empresa expandiu sua política sobre vídeos de abuso de animais este ano. Com isso, a organização afirmou que centenas de milhares de vídeos já foram removidos e milhares de canais já foram encerrados por motivos de violação.
Há um ano e meio, a Lady Freethinker vem pedindo ao YouTube medidas contra os vídeos de abuso veiculados, segundo Nina Jackel, fundadora da organização. Ela diz que já forneceu exemplos de violações em 146 canais com mais de 2000 vídeos assistidos 1,2 bilhão de vezes, mas não recebeu resposta e cerca de 70% dos vídeos continuavam no ar até mês passado.
“O YouTube está ciente desses vídeos e seu papel em distribuí-los, bem como seu apoio contínuo à sua criação, produção e circulação”, disse a Lady Freethinker. “É uma pena que o YouTube tenha optado por colocar os lucros acima dos princípios de tratamento ético e humano de animais inocentes”.