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ONG internacional quer conscientizar população sobre crueldade com leões

11 de agosto de 2015
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O dentista Walter Palmer posa junto a um leão abatido em outra caçada. Ele é acusado de ter pago 50 mil dólares para abater o leão Cecil. Foto: Facebook
O dentista Walter Palmer posa junto a um leão abatido em outra caçada. Ele é acusado de ter pago 50 mil dólares para abater o leão Cecil. Foto: Facebook

Relatório divulgado hoje pela organização não governamental Proteção Animal Mundial (WAP, do nome em inglês ‘World Animal Protection’), sediada em Londres, chama atenção da população mundial sobre as crueldades praticadas contra o leão nos parques africanos, principalmente da África do Sul. Hoje é comemorado o Dia Mundial do Leão.
O relatório é baseado na morte do leão Cecil, animal símbolo do Zimbábue, que vivia no Parque Nacional de Hwange e foi morto em julho pelo dentista norte-americano Walter Palmer, durante uma caçada paga.
A gerente de Programas Veterinários da WAP, Rosângela Ribeiro Gebara, informou à Agência Brasil que esses parques são, na verdade, criatórios de leões que se reproduzem em cativeiro com a finalidade de atrair turistas. “Os turistas visitam esses parques para ter contato com filhotes e animais jovens. Eles pegam os animais no colo e tiram fotos. Os leões são reproduzidos nos criatórios exclusivamente para isso”.
Rosângela disse que existe uma ligação entre esses criatórios e a caça. “Embora não admitam isso oficialmente, os animais adultos não são colocados para esse tipo de contato com os turistas e acabam sendo vendidos para outros criatórios. Sabemos que, muitas vezes, o destino deles são os parques de caça ou a chamada caça enlatada, áreas restritas onde caçadores profissionais e amadores pagam para entrar”, afirmou.
Segundo a gerente da WAP, a caça é liberada na África. A atividade só é proibida nos parques conservacionistas ou reservas nacionais. “A morte do Cecil repercutiu porque ele vivia em área protegida. Foi de maneira covarde. Ele foi atraído para fora e morto”. De acordo com o relatório, somente na África do Sul existem 150 cativeiros como esse, de criação de leões para fins comerciais e turísticos.
Rosângela Gebara explicou que 68% dos leões da África do Sul estão cativos nesses parques. Apenas 32% estão livres, em reservas protegidas. “É uma condição bastante preocupante. A sociedade não imagina a quantidade de criatórios desse tipo na África.”
Para a gerente, a divulgação do relatório serve para conscientizar as pessoas para esse tipo de turismo. “Muitas vezes, um turista visita esses parques sem saber como os animais são criados, o estresse que passam, os problemas que ocorrem dentro dos criatórios.”
De acordo com WAP, desde 2005 a quantidade de leões criados em cativeiro na África do Sul alcançou cerca de 5,8 mil animais. A proposta do relatório da ‘World Animal Protection’ é construir um movimento global para sensibilizar a população a não participar de atrações turísticas que envolvam crueldade com animais e trabalhar para que as empresas de turismo dos países africanos adotem um tipo de turismo mais conservacionista.
A ‘World Animal Protection’ trabalha há 50 anos pela proteção dos animais. É a única ONG dedicada ao bem-estar animal com status consultivo pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Fonte: EBC

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