A People for the Ethical Treatment of Animals (PETA) entrou com uma reclamação de proteção ao consumidor sobre o zoo Yellowstone Bear World, instando o escritório do procurador-geral de Idaho, nos Estados Unidos, a investigar alegações em que o zoológico se diz ser um santuário ou organização sem fins lucrativos.
A PETA também alegou que o Bear World fez declarações enganosas sobre manter ursos em sua propriedade até o fim de suas vidas e anunciou falsamente o tamanho de sua propriedade.
O Bear World enfrentou intensas criticas por sua falta de cuidado com os animais, criação de ursos e práticas de alimentação de filhotes de urso, especialmente após o documentário viral “Tiger King” de 2020 chamar a atenção para expositores de animais à beira da estrada.
A reclamação da PETA afirma que o zoológico violou a Lei de Proteção ao Consumidor de Idaho ao fornecer informações incorretas aos clientes de forma consciente. Parte da reclamação afirma que o Yellowstone Bear World e seus funcionários fizeram declarações em inúmeras ocasiões que retratam o parque como um santuário ou ONG, em vez do espetáculo com fins lucrativos que é.
A organização disse que um perfil do Bear World na plataforma de marketing Liiingo rotula o parque como um “santuário de vida selvagem” e “santuário de ursos”. A organização também incluiu citações de Courtney Ferguson, presidente e co-proprietário do zoológico, que tem se referido repetidamente ao programa de alimentação de filhotes de ursos como um “evento beneficente”.
A reclamação da PETA disse que Ferguson disse no ano passado aos participantes de um evento promocional que “todo o dinheiro que arrecadamos no evento beneficente lá é direcionado de volta para os programas educacionais, volta para o cuidado dos animais no Yellowstone Bear World”, além de ter feito declarações semelhantes em outras oportunidades.
A ONG escreveu na reclamação que um santuário animal é uma instalação que oferece refúgio seguro para animais necessitados. “Um negócio que cria animais para explorá-los para exibição comercial e depois vendê-los para outras instalações é o oposto exato de um santuário”, acrescentou.
O grupo de direitos animais também disse que o Bear World enganou os clientes sobre onde seus ursos passam seus dias. A PETA incluiu inúmeras capturas de tela de mídias sociais das respostas do parque aos clientes dizendo que os filhotes passarão suas vidas em suas instalações. O parque fez as mesmas afirmações à mídia.
Entretanto, os registros do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mostraram que isso não é verdade. Os documentos mostraram que o Bear World transferiu mais de 100 ursos para outras instalações desde 2012. Muitos deles foram enviados para a Woody’s Menagerie, outro parque em Illinois, onde o proprietário Gregg Woody comprou ilegalmente animais sem uma licença do USDA e foi investigado por cuidados inadequados aos animais. A PETA disse que Woody também enviou ursos e outros animais para matadouros.
A reclamação apontou para dois casos em que disse que ficou claro que o Bear World estava mentindo conscientemente para o público sobre manter ursos no local. Em um deles, um visitante perguntou se um urso chamado Tucker ainda estava no local. O zoológico respondeu que sim, apesar dos registros do USDA mostrarem que um urso chamado Tucker tinha sido vendido para Woody seis anos antes.